Os jornalistas Fernando Morais, editor do Nocaute, e Mino Carta, diretor da revista Carta Capital, foram proibidos pelo presidente do STF, Dias Toffoli, de visitar o ex-presidente Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, nesta quinta-feira (4). Ambos iam encontrar o petista na condição de amigos, não para entrevistá-lo.
O STF já havia proibido Lula de conceder entrevistas aos jornalistas Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e Florestan Fernandes Jr, do jornal El País e Rede Minas.
“Essa proibição não é contra Mino Carta e Fernando Morais, é contra o Brasil. Não querem que vocês saibam o que está acontecendo no Brasil. Está um curso um golpe de Estado que nós dois já tivemos a infelicidade de viver. Mas agora é a ditadura da toga e não dos militares. Toffoli, exibido, vaidoso, para aparecer na televisão, proíbe um preso de receber a visita de amigos de 40 anos. Nenhum de nós dois viemos para fazer entrevista, viemos para dar um abraço nele. O mais irônico disso tudo é que há 30 anos Lula foi preso pela ditadura militar e eu fui ao Dops levar frutas para ele e outros presos, mas na suposta democracia eu não posso dar um abraço nele. Mas o povo brasileiro vai responder a essa censura no domingo”, disse Morais.
“Trata-se de uma disputa entre o coitado que no momento ocupa a presidência do STF, um notório imbecil que infelizmente Lula colocou lá, o sr Toffoli, e o sr Lewandowski. Um autoriza a entrevista e o outro proíbe. Aí a justiça local de Curitiba decidiu que nós, em sendo jornalistas, poderíamos pretender entrevistas Lula. Evidentemente não. Não queremos prejudicar nem Lula e nem a Polícia Federal. Prometemos com a nossa palavra de honra que não usaríamos nada daquilo que conversaríamos com um amigo antiquissimo nosso e muito querido”, afirmou Carta. “A situação do Brasil é horrível. Tudo o que vivemos é uma vergonha. Me entristece o fato de que não tenhamos gente disposta a quebrar tudo”, continuou.