Brasília - Um protesto organizado pelo Movimento das Mulheres com Lula pela Democracia nesta segunda-feira 12 em Brasília criticou atitudes que vêm sendo tomadas pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Uma faixa colocada na frente do tribunal traz a mensagem: "péssimo, Cármen. Papelão"
Neste sábado 10, Cármen Lúcia recebeu Michel Temer em sua residência oficial, num encontro fora da agenda, cuja pauta oficial era segurança pública. Temer é investigado pelo Supremo e teve o nome incluído num inquérito da Odebrecht na última semana.
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, também determinou que o sigilo financeiro de Temer fosse quebrado, no inquérito que investiga suposto esquema no setor dos portos, no qual o peemedebista é acusado de ter favorecido a empresa Rodrimar.
Além do encontro com Temer, Cármen Lúcia resiste a pautar o habeas corpus preventivo que tenta evitar a prisão do ex-presidente Lula e ainda a questão da prisão após condenação em segunda instância, mesmo com o pedido de outros ministros.
Para Zezé Weiss, uma das organizadoras do ato, o fato de não pautar a questão da segunda instância no Supremo é "um desrespeito com a sociedade brasileira e uma maldade com os milhares de presos que dependem dessa decisão". "A maldade que se faz com Lula impacta milhares de presos", disse ela ao 247.
Sobre o encontro que Cármen teve com Temer, Zezé diz ser "um escárnio, um tapa na cara da sociedade". "É uma vergonha para nós, mulheres militantes, uma mulher assumir uma posição dessa". "Agora não é 'com Supremo, com tudo", mas sim "com Cármen Lúcia, com Supremo, com tudo", critica, em referência à declaração de Romero Jucá.
O mesmo ato vai acontecer na próxima segunda-feira 19 em frente ao Supremo. O Movimento, que protesta semanalmente em defesa de Lula, vai focar em Cármen Lúcia nas próximas semanas em seus atos realizados em Brasília.
Confira aqui o manifesto das mulheres.