BELO HORIZONTE
 
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido feito pela prefeitura de Belo Horizonte (MG) neste sábado (7), e determinou a desobstrução imediata da avenida Raja Gabaglia, em frente à sede da 4ª Região Militar do Exército, no bairro Gutierrez, na região Oeste da capital, e do seu entorno. O local estava ocupado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro também determinou que seja aplicada uma multa de R$ 100 mil ao empresário Esdras Jônatas dos Santos, um dos manifestantes. Houve, ainda, a ordem para que todos os veículos presentes no local sejam identificados e os proprietários multados no mesmo valor de R$ 100 mil, assim como as pessoas que descumprirem a decisão mediante apoio material (logístico e financeiro) às pessoas e veículos que permanecem nos locais.

A prefeitura entrou com a ação no STF na tentativa de impedir que o empresário volte a se manifestar no local que foi desobstruído por ação da prefeitura da capital na sexta-feira (6). Depois disso, Esdras entrou com ação na Justiça de Belo Horizonte e pediu o direito de retornar à avenida Raja Gabaglia.

Ele foi atendido pelo juiz Wauner Batista Ferreira Machado que decidiu, ainda na noite de sexta, que o empresário poderia retornar ao local. A decisão foi proferida em caráter liminar e beneficiou apenas o empresário. Houve a determinação, ainda, para que a prefeitura devolvesse os bens apreendidos sob pena de multa diária e incidência no crime de desobediência.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), disse que recebeu "com surpresa a notícia de uma decisão de 1ª instância que autoriza um manifestante a obstruir novamente a Av. Raja Gabaglia" e informou que determinou à Procuradoria-Geral do Município a ação imediata ao STF. 

O acampamento de apoiadores de Bolsonaro foi desmontado após mais de dois meses de protestos contra o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro. A operação terminou com um lamentável episódio de manifestantes agredindo jornalistas de vários veículos de comunicação e mostrou o relacionamento controverso entre a Guarda Municipal, responsável pela retirada da estrutura do acampamento, e a Polícia Militar de Minas Gerais, que não estava no local na hora das agressões.