PENA HISTÓRICA


A 1ª Vara Criminal de Uberaba aplicou a maior pena coletiva a um grupo criminoso da história de toda a região. Dez homens que participaram de ataque e roubo do Banco do Brasil,  na Região Central da cidade, na madrugada de 27 de junho, foram condenados a mais de 1.500 anos de prisão. Na época, eles foram presos em flagrante, após tiroteio e perseguição policial, sendo que outros 15 integrantes da quadrilha conseguiram fugir. 


Segundo informações divulgadas pelo juiz Marcelo Geraldo Lemos, cada um dos detidos pegou mais de 100 anos de prisão, sendo que as penas individuais variam de 140 anos e 25 dias a 152 anos. A maior parte dos condenados é da região de Campinas e Piracicaba, no estado de São Paulo.
 
Entre os crimes que levaram à condenação dos 10 homens estão latrocínio, já que uma mulher morreu baleada durante o assalto, além de roubo e organização criminosa armada. Outro fator que pesou para a alta pena dos condenados é que eles já tinham passagens pela polícia paulista por roubos e outros crimes. Ainda de acordo com o juiz Marcelo Lemos, os bens dos condenados, no valor de cerca de R$ 50 milhões, foram sequestrados na decisão condenatória. 
 
Segundo informações da coluna Falando Sério, do jornalista Wellington Cardoso, a defesa dos acusados pediu a absolvição de todos, argumentando a insuficiência de provas de que participaram do assalto, apesar da prisão em flagrante.

Com os condenados foram apreendidos fuzis 7.62 e 556, metralhadora ponto 50, pistolas 9mm e ponto 40, coletes à prova de bala e farta munição. Além disso, os veículos que eles usaram na tentativa de fuga e abandonaram na BR-262 foram flagrados por câmeras do Olho Vivo e material genético de alguns chegou a ser recolhido nos veículos por peritos criminais.
 
Disparos, explosão, roubo, reféns, tiroteio com a PM e uma mulher morta
 
No dia do crime, parte do grupo criminoso, formado por 25 homens fortemente armados, conseguiu fugir com o que se sabe, milhões em reais (nestes casos os bancos não fornecem os números exatos). 
 
Na época, a quadrilha cercou a região central de Uberaba por volta das 3h30 e fez diversos disparos. Segundo o boletim de ocorrência da PM, enquanto alguns dos assaltantes faziam disparos para o alto e na direção de lojas e veículos na região, outros invadiram o banco. Em seguida, eles explodiram o cofre da agência, sendo que dois vigilantes do banco foram feitos reféns e precisaram ser socorridos por terem inalado fumaça.
 
Após a PM montar cerco nas proximidades do banco, houve trocas de tiros. Três pessoas foram baleadas, entre elas uma mulher que morreu após ser atingida com um tiro na cabeça. Ainda conforme o BO da PM, os assaltantes fizeram outros reféns durante a fuga pela BR-262, sentido Araxá. Após rastreamentos, parte do grupo foi presa em estrada vicinal nas imediações da rodovia e as armas de grosso calibre foram apreendidas. 
 
A Polícia Civil, em Uberaba, continua a investigação para prender os outros envolvidos. "É uma investigação difícil, complicada, já que há o crime organizado nessa quadrilha. São indivíduos de outros estados, então identificação e localização deles são complicadas ", informou o delegado Gustavo Anai.