Sputnik - O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, expressou nesta quarta-feira (30) preocupações sobre os eventos no Gabão, dizendo que a tomada de poder pelos militares poderia desestabilizar ainda mais a situação na região e que a União Europeia estaria pronta para discutir o assunto assim que ele fosse colocado em pauta. 

Mais cedo na quarta-feira, o exército gabonês, após a eleição presidencial no país, anunciou o cancelamento dos resultados eleitorais e a dissolução de "todas as instituições da república", além de fechar as fronteiras nacionais até novo aviso, conforme relatado pela AFP. Ali Bongo Ondimba foi colocado em prisão domiciliar, enquanto seu filho foi detido após o exército tomar o poder, informou a agência. 

"Recebi a notícia cedo esta manhã. Se isso for confirmado, é mais um golpe militar, o que aumenta a instabilidade em toda a região. Não posso dizer mais porque não tenho mais informações, mas certamente, se o assunto for colocado em discussão, nós o discutiremos", disse Borrell antes da reunião ministerial informal sobre defesa na cidade espanhola de Toledo.

Mais cedo no dia, o presidente gabonês Ali Bongo Ondimba foi reeleito como chefe de Estado do país para o próximo mandato, após garantir 64,2% dos votos. O presidente, de 64 anos, foi eleito pela primeira vez como chefe de Estado em 2009, após a morte de seu pai, Omar Bongo Ondimba, que havia governado o país por mais de 40 anos.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, expressou profunda preocupação na quarta-feira sobre a situação no Gabão. "Eu não tiraria quaisquer conclusões gerais. Mas a situação no Gabão é motivo de profunda preocupação, estamos acompanhando de perto o que está acontecendo lá", disse Peskov aos repórteres.