Os geoparques "Quarta Colônia" e "Caçapava do Sul", localizados no Rio Grande do Sul, passaram a integrar a Rede Global de Geoparques da Unesco. O anúncio foi feito na quarta-feira (24.05), durante a 216ª sessão do conselho executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A partir de agora, os dois atrativos contarão com o apoio da agência internacional nas questões de sustentabilidade, preservação e proteção ambiental, além da promoção do envolvimento dos moradores da região e ampliação da capacidade turística do local.

Além dos dois territórios brasileiros, a Unesco também reconheceu outros 16 geoparques situados na Grécia, Indonésia, Irã, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Noruega, Filipinas, Coreia do Sul, Espanha, Tailândia e Reino Unido. Agora, o Brasil conta com cinco territórios entre os 195 geoparques espalhados em 46 países do mundo e que integram oficialmente o Programa Internacional de Geociências e Geoparques da organização.

O reconhecimento reforça a imagem positiva do Brasil na questão ambiental e no desenvolvimento de um turismo sustentável. A ministra Daniela Carneiro comemorou a ação que dá visibilidade internacional aos atrativos naturais do Brasil. “A inclusão destes dois atrativos nesta seleta lista da Unesco só confirma o compromisso do governo federal em desenvolver o Brasil e o turismo com base nas melhores práticas sustentáveis, valorizando as riquezas e o desenvolvimento do nosso país. Ganha o meio ambiente, ganha o Turismo, ganha o Brasil!”, enfatizou a ministra.

Situados na região central do Rio Grande do Sul, os geoparques da Quarta Colônia e de Caçapava do Sul trazem um pouco da história e das espécies naturais do país. O primeiro é formado por nove municípios e se destaca pelas belas paisagens, rios, cascatas e fósseis que testemunham as mudanças ambientais do planeta nos últimos 250 milhões de anos. Já o segundo, apresenta sucessões de rochas sedimentares marinhas e continentais de mais de 500 milhões de anos em áreas de grande beleza cênica e alta relevância ecológica, como as Pedras das Guaritas e a Serra do Segredo.

“A certificação é muito importante para os municípios que compõem os geoparques por vários motivos, entre eles, a conservação do patrimônio que passa a ser um patrimônio mundial da humanidade. Nos traz também uma grande visibilidade e uma expectativa na ampliação do número de visitantes, nos obrigando a ofertar serviços turísticos de maior qualidade. E isso refletirá diretamente na melhora da qualidade de vida dos moradores ao redor dos geoparques”, disse a diretora do Geoparque da Quarta Colônia, Jaciele Sell.

MANUAL DO MTUR – Para fomentar os projetos de geoparques no Brasil, o Ministério do Turismo disponibiliza o “Manual de Desenvolvimento de Produtos Turísticos de Geoparques no Brasil”. A medida apoia o direcionamento de políticas públicas das três esferas de governo e a orientação de ações de investimento, marketing e de promoção para este nicho de mercado, entre outras ações. Com isso, espera-se proporcionar a inclusão de mais localidades brasileiras na Rede Global de Geoparques da UNESCO, que promove o desenvolvimento sustentável e a economia criativa das áreas reconhecidas.

GEOPARQUES - Os geoparques não estão apenas relacionados à existência de rochas e fósseis, como também ao comprometimento local de participação e envolvimento da comunidade. Por isso, para estar elegível a geoparque, é necessário que uma região tenha atributos geológicos e paleontológicos de relevância internacional, aliados a ações de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. A implantação também deve contemplar o turismo, desenvolver a economia local e modificar, assim, a realidade socioeconômica dos habitantes da região.

Entre os objetivos dos geoparques, segundo a Unesco, estão a preservação das regiões que contam a evolução dos continentes e o desenvolvimento social e econômico desses locais por meio do geoturismo.