JULGAMENTO

Um tribunal da Itália condenou mais de 200 mafiosos a um total de 2.200 anos de prisão, sendo o maior julgamento da máfia em três décadas. No julgamento, que  aconteceu num bunker construído para tal, no sul do país, mais de 400 advogados representaram os argüidos, cerca de 900 testemunhas prestaram depoimento e a acusação detinha aproximadamente 24 mil escutas telefônicas feitas durante o processo de investigação.

A agência de notícias italiana Ansa informou que o veredicto da sentença foi anunciado na segunda-feira (20), com 207 mafiosos presos e mais de 100 absolvidos. O total das penas de prisão inclui cinco penas de prisão perpétua e três penas de 30 anos.

Os mafiosos eram membros do famoso grupo criminoso italiano 'Nrangheta e foram condenados por associação mafiosa, extorsão, suborno e cinco homicídios. Entre os arguidos havia ainda 42 mulheres, um recorde em um julgamento da máfia, das quais 39 foram condenadas. Também dentre os condenados estão o antigo representante do partido Forza Itália Giancarlo Pittelli; o ex-chefe da polícia Giorgio Naselli; o ex-militar da guarda fiscal Michele Marinaro; o ex-presidente da câmara Gianluca Callipo; e os ex-conselheiros regionais Luigi Incarnato e Pietro Giamborino.

Segundo a DIA (Divisão Anti-Máfia Italiana), a 'Ndrangheta, sediada na região da Calábria, no sul de Itália, é considerada o grupo mafioso mais poderoso do país e também uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo, com milhares de membros e filiados em todo o mundo, além de ligações com os cartéis da Colômbia. De acordo com a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), o grupo detém o monopólio do tráfico de droga na Europa.