O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que concorda com a entrada sueca na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e anunciou que o Parlamento deverá votar em breve a adesão sueca. A Turquia acusava Estocolmo de proteger e dar asilo a ativistas curdos considerados terroristas por Ancara.

Erdogan exigiu ontem, na véspera da cúpula da Aliança Atlântica, em Vilnius, na Lituânia, a adesão da Turquia à União Europeia (UE) como uma pré-condição para aceitar a Suécia na organização, mas as negociações com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, avançaram. Estocolmo prometeu trabalhar em conjunto com Ancara contra o terrorismo, apoiando também a entrada turca na UE e promover a melhoria das relações bilaterais com o bloco, inclusive com a liberalização de vistos. "Concluir a adesão da Suécia à OTAN é um passo histórico que beneficia a segurança de todos os aliados da aliança militar neste momento crítico. Isso nos torna mais fortes e seguros", disse Stoltenberg.

Já a Hungria, que também se opunha a entrada da Suécia, afirmou nesta terça-feira que seu governo apoia a adesão de Estocolmo à Aliança Atlântica. “A conclusão do processo de ratificação é agora apenas uma questão técnica", garantiu o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto. Segundo o chanceler, o Parlamento deverá se reunir-se nos próximos dias para votar a entrada da Suécia na OTAN.

Além disso, ficou decidido que apesar da pressão feita pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a adesão de Kiev a OTAN não será resolvida na cúpula que começou hoje em Vilnius. “A Ucrânia merece estar na Aliança. É um absurdo não haver um calendário para a adesão do país", disse Zelensky, que exigiu um ‘sinal claro’ dos membros da OTAN para a entrada após o final da guerra com a Rússia.

Por outro lado, na abertura do evento, Stoltenberg discursou que o convite para a Ucrânia aderir a OTAN será feito quando houve concordância de todos os Estados-membros e as condições estiverem reunidas e que nunca houve um calendário. “Nos outros processos de adesão nunca houve um calendário. Não é uma questão de calendário, é uma questão baseada em condições. A Ucrânia percorreu um longo caminho desde que tomamos a decisão em 2008 de que o próximo passo seria um plano de ação para a adesão. A Ucrânia está muito mais próxima da OTAN, então acho que chegou à hora de refletir isso nas decisões da OTAN”, rebateu o líder da OTAN ao ser questionado na coletiva de imprensa às críticas declaradas por Zelensky.

Fonte:diariodepernambuco.com.br