Perguntado sobre o que agradeceria neste Dia de Ação de Graças, Trump citou sua "grande família", além de ele mesmo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou na quinta-feira (22) uma teleconferência do Dia de Ação de Graças para se parabenizar pela gestão na presidência dos EUA, contando que o país está indo excepcionalmente bem sob seu comando.
Realizada em seu clube privado de Mar-a-Lago, na Flórida, a transmissão reuniu membros dos cinco setores militares, repórteres e o presidente, que falou em um tom inusualmente político enquanto desejava boas festas aos presentes.
Perguntado sobre o que agradeceria neste Dia de Ação de Graças, Trump citou sua "grande família", além de ele mesmo.
"Eu fiz uma tremenda diferença neste país", afirmou o republicano. "Espero que vocês estejam confortáveis em saber que todas as famílias americanas estão indo bem. A nação vai bem economicamente, mais que qualquer outra no mundo". Depois, Trump disse aos repórteres: "ninguém fez mais pelos militares do que eu."
A fala do presidente foi uma mistura de perguntas apimentadas, observações espontâneas e elogios às tropas americanas. "Vocês são os nossos heróis", disse. Foi mais uma demonstração de como Trump transformou dramaticamente a presidência, apagando as divisões tradicionais entre política doméstica e assuntos militares para manter as tropas de fora da política.
Fronteira
"Vocês provavelmente veem nas notícias o que está acontecendo com a nossa fronteira no sul", disse Trump a um brigadeiro da Força Aérea no Afeganistão, acrescentando: "Eu sequer tenho que perguntar a vocês. Eu sei o que vocês querem fazer. Vocês querem ter certeza de quem nós estamos deixando entrar."
O presidente voltou a falar sobre a situação na fronteira ao sul do país quando respondia os repórteres, citando as caravanas de imigrantes centroamericanos que rumam em direção aos EUA e avisando: "Se nós vermos que chegou a um nível em que perdemos controle ou pessoas estão começando a se machucar, nós vamos fechar a entrada ao país por um período, até que nós estejamos sob controle." Ao fazer isso, Trump poderia causar um dano enorme às relações bilaterais entre EUA e México, o seu terceiro maior parceiro comercial.
Segundo Trump, o presidente tem a autoridade para fazer isso por meio de decreto e afirmou que ele já o fez no começo desta semana. "Dois dias atrás, nós fechamos a fronteira. Nós apenas fechamos. Ninguém está entrando porque estava fora de (nosso) controle."
Na verdade, ele não fechou a fronteira com o México, apenas uma entrada em San Ysidro, na Califórnia, por algumas horas no início da manhã de segunda-feira, 19. O objetivo era reforçar a segurança devido a preocupações sobre o potencial fluxo de imigrantes da caravana. Eles reabriram a maior parte das entradas antes do pico de tráfego mais tarde naquela manhã.
A ameaça veio dias depois que um juiz federal suspendeu as tentativas do governo em reforçar as regras de asilo nos EUA. Tribunais também bloquearam diversas versões do banimento de viagem do presidente, bem como suas tentativas de fechar o programa que permite que jovens imigrantes trazidos para o país ilegalmente enquanto crianças vivam e trabalhem nos EUA
"É uma desgraça", disse Trump sobre os juízes que bloquearam as suas tentativas de revisar a lei de imigração americana.
Em seguida, o republicano ameaçou fechar a fronteira por um período indeterminado caso o seu governo considerasse que o México tivesse perdido "controle" no seu lado.
Morte de jornalista
Entre outros assuntos que o presidente abordou na sua sessão com a imprensa durante o feriado, ele falou dos relatórios da CIA sobre o príncipe saudita ser o responsável pela morte do jornalista Jamal Khashoggi. "A CIA aponta para dois caminhos", disse. "Talvez ele tenha feito, talvez não."
Perguntado sobre quem deveria ser responsável pelo assassinato, respondeu que "talvez o mundo deveria ser o responsável porque o mundo é um lugar cruel."