O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (5) que pode viajar a Israel para a abertura de uma nova embaixada dos EUA no país, e ele e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostraram união em sua postura de confrontação do Irã durante um encontro na Casa Branca.
A decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada de Tel Aviv para lá reverteu décadas de política externa norte-americana, irritou aliados árabes e complicou as tentativas de seu governo de ressuscitar as conversas de paz israelo-palestinas, emperradas há tempos.
Trump, com Netanyahu ao seu lado no Salão Oval, disse estar cogitando aquela que seria sua segunda visita a Jerusalém como presidente. A inauguração da embaixada está planejada para maio.
"Estamos pensando em ir", Trump disse. "Se puder, irei".
Envolvido em investigações de corrupção que ameaçam sua sobrevivência política, Netanyahu – que na sexta-feira foi interrogado pela polícia em casa – se deparou com uma atenção diferente durante sua visita de cinco dias aos EUA.
O empenho de Trump em mudar ou descartar o acordo nuclear de 2015 do Irã com grandes potências e os temores com a atuação iraniana na Síria estiveram no topo da pauta de suas conversas com Netanyahu, relataram autoridades norte-americanas e israelenses.
Os dois líderes vêm protestando há tempos contra o acordo, citando sua duração limitada e o fato de que não contempla o programa de mísseis balísticos de Teerã ou seu apoio a militantes anti-Israel na região.
"Se eu tivesse que dizer qual é o maior desafio no Oriente Médio para nossos dois países, para nossos vizinhos árabes, está encapsulado em uma palavra: Irã", disse Netanyahu. "O Irã precisa ser contido. Este é nosso desafio comum".
Trump ameaçou retirar seu país do acordo a menos que seus aliados europeus ajudem a "consertá-lo" com um acordo subsequente. Uma autoridade israelense disse que Netanyahu e Trump devem debater como superar a resistência europeia sobre a questão.
Israel vem acusando Teerã de buscar uma presença militar permanente na Síria, onde forças apoiadas pelo Irã apoiam o presidente Bashar al-Assad em uma guerra civil.
Trump deu a entender que os palestinos estão ansiosos para voltar às negociações com Israel, e disse que se não estiverem "não se tem paz".
Não se espera nenhum grande avanço ou anúncio do encontro entre Trump e Netanyahu, cujo relacionamento com o presidente dos EUA é um dos mais próximos que ele tem com qualquer líder mundial.