O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (9) que recebeu uma carta do líder norte-coreano, Kim Jong-un, na qual ele diz "não estar contente com os exercícios militares" entre Seul e Washington e explica que os recentes testes de mísseis de Pyongyang seriam uma resposta a essas manobras. 
 
 
Em entrevista à imprensa na Casa Branca, Trump revelou que a carta tem três páginas, escritas de cima a baixo, e chegou a ele na quinta-feira entregue em mãos diretamente da Coreia do Norte. Ele considerou a medida positiva para evitar vazamentos à imprensa.
 
"Ele (Kim) não está contente com os testes, colocou isso na carta e disse que também vê um grande futuro para a Coreia do Norte", detalhou o presidente dos EUA. Trump acrescentou que o líder norte-coreano também lhe transmitiu a rejeição ao que chamou de jogos de guerra, em referência aos exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA.
 
Seul e Washington realizam esses testes no país asiático desde a segunda-feira e os encerrarão no próximo dia 20. A escala de exercícios, porém, foi reduzida de maneira significativa em comparação aos anteriores como resultado dos acordos obtidos em cúpulas intercoreanas e nas reuniões entre Trump e Kim.
 
"Ele não estava contente com esses jogos de guerra. E os senhores sabem que eu também nunca gostei", declarou Trump. "Sabem por que? Eu não gosto de pagar por eles (os exercícios). Deveríamos ser reembolsados por eles e eu já disse isso para a Coreia do Sul", completou.
 
Nova reunião
 
O presidente americano também abriu as portas para um possível novo encontro com o ditador. "Acredito que teremos outro encontro", limitou-se a dizer.
 
Como fez até o momento, o chefe de governo dos EUA voltou a minimizar a importância dos testes armamentistas da Coreia do Norte, pois considera que não infringem os compromissos firmados.
 
Desde o último dia 25, a Coreia do Norte realizou quatro rodadas de lançamentos de mísseis que incluíram foguetes balísticos de curto alcance, segundo a primeira análise das forças sul-coreanas.
 
Na última reunião improvisada na fronteira intercoreana no final de junho, Trump e Kim concordaram em reativar o diálogo sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, embora por enquanto isso não tenha acontecido. (com agências internacionais)