O líder da coalizão peronista Frente Renovador, Sergio Massa, 47, terceiro colocado nas eleições de 2015, decidiu abandonar a candidatura à Presidência da Argentina no pleito de 27 de outubro.
Agora, ele se junta ao bloco dos kirchneristas e será a cabeça da lista de deputados desta coalizão, a Unidade Cidadã. 
 
Na Argentina, os partidos ou coligações criam listas de candidatos. Nas eleições presidenciais, por exemplo, o cabeça da lista é o candidato à Presidência; os demais, ao Congresso, em ordem de prioridade. Quanto mais votos uma lista tiver, mais candidatos daquele partido ou coligação serão eleitos para o Congresso, e os candidatos no alto das relações têm mais chances de entrar do que os que listados por último.
 
O eleitor tem a opção de "cortar boleta", ou seja, recortar a cédula para votar em candidatos de distintas alianças, mas a prática é mais trabalhosa e não muito comum, salvo em casos especiais.
Dessa forma, caso a dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner ganhe, é possível que Massa seja um nome forte para chefiar o bloco de deputados da coligação no Congresso. O novo arranjo também abre espaço para que ele seja alçado a algum ministério.
 
Nas sondagens mais recentes, Massa gravitava em torno dos 10% das intenções de voto. Se esses eleitores o acompanharem em sua aliança com o kirchnerismo, o movimento pode representar um aumento considerável de eleitores para a chapa Alberto e Cristina, que começou a ser chamada de "F-F", devido ao nome do meio de ambos os candidatos: Fernández. O anúncio não deixou de ser uma surpresa, uma vez que Massa vinha se colocando como candidato a presidente com bastante convicção.
 
Em encontro com jornalistas em que a reportagem esteve presente, em abril, Massa foi questionado sobre a possibilidade de se candidatar a outro cargo, o que ele negou. Em seguida, riu.Nesta terça-feira, ao justificar a aliança com os kirchneristas, disse ter convicção de que um dia vai governar a Argentina. "Mas este é um tempo em que cada um de nós têm de ter uma dose de humildade para avaliar nossa capacidade de lutar a partir de onde possamos ser mais úteis." 
Massa, ex-prefeito de Tigre e chefe de gabinete de Cristina Kirchner, acrescentou que o momento é de "construir uma nova maioria que tire Macri do poder".