A nova tributação deixa de fora 7 parceiros comerciais, que terão negociações em separado com os EUA e buscam exclusão definitiva.

Por G1

As novas taxas contra o aço importado pelos Estados Unidos entram em vigor nesta sexta-feira (23). Os produtos de aço importados a partir desta data pelo país terão de pagar uma tarifa adicional de 25%, enquanto a taxa sobre o alumínio é de 10%. A nova tributação deixa de fora 7 parceiros comerciais, entre eles, o Brasil, até 1º de maio.

Trump anunciou no início de março que passaria a tributar o aço importado, em uma forma de proteger a indústria americana. Na ocasião, ele já tinha informado que Canadá e México, seus parceiros no Nafta, ficariam de fora da cobrança e que haveria uma negociação separada.

O mesmo benefício foi concedido na quinta-feira (22), véspera da medida entrar em vigor, a União Europeia (UE), Austrália, Coreia do Sul, Brasil e Argentina. No fim do dia, a Casa Branca informou que a prazo de isenção desses países é até 1º de maio, tempo em que ocorrerão as decisões bilaterais.

Na prática, Trump excluiu os principais países exportadores para os Estados Unidos da lista (veja gráfico abaixo).

Maiores exportadores de aço para os EUA (Foto: Ilustração: Juliana Souza/G1)

Maiores exportadores de aço para os EUA (Foto: Ilustração: Juliana Souza/G1)

Telefonema de Temer à Trump

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, fez um apelo na quinta-feira para que o presidente Michel Temer faça um telefonema para Trump, e que recebeu a sinalização do Palácio do Planalto de que o telefonema deverá ocorrer até esta sexta-feira.

Para Lopes, uma conversa direta entre Temer e Trump é "imprescindível" para garantir que o Brasil seja excluído da sobretaxa.

"Achamos que imprescindível é o termo adequado. Queremos sair do processo negocial, queremos que o Brasil seja excluído [das taxações]. Essa é a nossa meta, e a informação que recebemos é que, neste momento, o único que pode excluir o país ou países da negociação com é o presidente Trump", afirmou.

UE pede exclusão definitiva

Líderes da União Europeia (UE) exigiram nesta sexta-feira que Trump dê ao bloco isenção permanente das novas tarifas aplicadas por Washington ao aço e ao alumínio, como parte de um conflito comercial com a China.

"Essas medidas não podem ser justificadas em fundamentos de segurança nacional, e a proteção setorial nos EUA é um remédio inapropriado para os problemas reais de excesso de capacidade", informa um comunicado conjunto dos 28 líderes da UE reunidos em Bruxelas.

"Sabe-se que os embarques de aço e alumínio da União Europeia foram temporariamente isentos dessas medidas, e pedimos que a isenção seja permanente", diz o documento.

Guerra comercial com a China

No mesmo dia em que isentou o Brasil e outros mercados, ainda que temporariamente, da cobrança de novos tributos sobre o aço, Trump avançou contra a China.

O presidente americano assinou um memorando que prevê a cobrança de taxas sobre produtos chineses e disse que ela pode ser aplicada a um volume de US$ 60 bilhões de exportações chinesas.

A medida derrubou as bolsas americanas na quinta-feira e levou a bolsa de valores chinesa às maiores perdas em 6 semanas nesta sexta-feira.

O preço do aço e do minério de ferro no mercado futuro na China caíram nesta sexta-feira. O contrato mais ativo do vergalhão de aço na Bolsa de Xangai fechou no limite de baixa de 7%, a 3.369 iuanes por tonelada, o menor nível desde 11 de julho de 2017.

O minério de ferro na Bolsa de Dalian também chegou a cair 8%, mas fechou em queda de 6,42%, a 437,5 iuanes, menor patamar desde junho de 2017.