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Matiullah Wesa era um homem caçado pelo Talibã e que sempre temeu pela própria vida. A milícia fundamentalista Islâmica que governa o Afeganistão prendeu o ativista que se orgulhava por ajudar meninas a terem uma oportunidade de educação. Em agosto de 2021, o fundador da organização não governamental Pen Path ("Caminho da Caneta", em inglês) firmou um acordo com líderes tribais afegãos que previa multa aos pais quem não permitissem acesso das filhas à escola.
Na segunda-feira, Wesa foi detido e levado à força pelos talibãs na entrada de uma mesquita, em Cabul. Em junho de 2022, ele falou ao Correio e deu detalhes sobre o trabalho de educação das afegãs. "Estou ocupado com a campanha de educação das garotas. Escolas secretas e escolas itinerantes para meninas", contou. "Temos 35 escolas secretas, além de cinco instituições on-line e três itinerantes. Atendemos a 5 mil meninas. Trabalho em uma zona de guerra. Enquanto distribuo livros para as crianças, ouço o som dos foguetes. Mas sei que isso é de grande ajuda para elas."
Wesa fundou a Pen Path em 2009. Desde então, a ONG reabriu 100 escolas fechadas durante a guerra e por falta de segurança, levou 38 bibliotecas a áreas remotas do Afeganistão, trabalhou pela alfabetização à distância de 1.400 crianças, distribuiu 340 mil livros e lançou uma campanha nacional em prol da educação, entre outras atividades. A ONG conta com 2.300 voluntários, dos quais 400 são mulheres.
Em entrevista exclusiva ao Correio, por telefone, o educador paquistanês Ziauddin Yousafzai — pai de Malala Yousafzai, ativista laureada com o Nobel da Paz — afirmou que Wesa é um "incrível defensor da educação". "Sua campanha não é nova. Ele tem se engajado pela educação de meninas e meninos pelos últimos 15 anos. Antes, Wesa se focava em ações de educação nas áreas controladas pelo Talibã. Depois que o Talibã capturou Cabul e passou a governar o Afeganistão, Matiullah Wesa começou a pedir ao grupo que suspendesse a proibição à educação das garotas", relatou.
Ziauddin condenou a detenção de Wesa. "É tão triste e doloroso que um ser humano tão bonito, um patriota que ama seu povo e seu país, e que deseja espalhar a educação de vilarejo em vilarejo, de casa em casa, de cidade em cidade, seja humilhado e preso. Levantar-se em prol da educação não é um crime. Banir a educação é um crime", disse o pai de Malala. Em 9 de outubro de 2012, então com 12 anos, Malala foi baleada na cabeça por um talibã, quando ela se dirigia para a escola, na província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa.
De acordo com Ziauddin, o Talibã invadiu o quarto de hóspedes e o escritório de Wesa. "Os milicianos espancaram e prenderam dois irmãos dele. Isso é uma vergonha. Na condição de educador, eu condeno fortemente isso. Peço a libertação de Matiullah Wesa, o mais rápido possível. Também solicito à comunidade internacional e aos líderes mundiais que tomem nota das violações de direitos humanos básicos e da liberdade de expressão, por parte do Talibã. Matiullah Wesa deve ser libertado", acrescentou.
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Matiullah Wesa era um homem caçado pelo Talibã e que sempre temeu pela própria vida. A milícia fundamentalista Islâmica que governa o Afeganistão prendeu o ativista que se orgulhava por ajudar meninas a terem uma oportunidade de educação. Em agosto de 2021, o fundador da organização não governamental Pen Path ("Caminho da Caneta", em inglês) firmou um acordo com líderes tribais afegãos que previa multa aos pais quem não permitissem acesso das filhas à escola.
Na segunda-feira, Wesa foi detido e levado à força pelos talibãs na entrada de uma mesquita, em Cabul. Em junho de 2022, ele falou ao Correio e deu detalhes sobre o trabalho de educação das afegãs. "Estou ocupado com a campanha de educação das garotas. Escolas secretas e escolas itinerantes para meninas", contou. "Temos 35 escolas secretas, além de cinco instituições on-line e três itinerantes. Atendemos a 5 mil meninas. Trabalho em uma zona de guerra. Enquanto distribuo livros para as crianças, ouço o som dos foguetes. Mas sei que isso é de grande ajuda para elas."
Wesa fundou a Pen Path em 2009. Desde então, a ONG reabriu 100 escolas fechadas durante a guerra e por falta de segurança, levou 38 bibliotecas a áreas remotas do Afeganistão, trabalhou pela alfabetização à distância de 1.400 crianças, distribuiu 340 mil livros e lançou uma campanha nacional em prol da educação, entre outras atividades. A ONG conta com 2.300 voluntários, dos quais 400 são mulheres.
Em entrevista exclusiva ao Correio, por telefone, o educador paquistanês Ziauddin Yousafzai — pai de Malala Yousafzai, ativista laureada com o Nobel da Paz — afirmou que Wesa é um "incrível defensor da educação". "Sua campanha não é nova. Ele tem se engajado pela educação de meninas e meninos pelos últimos 15 anos. Antes, Wesa se focava em ações de educação nas áreas controladas pelo Talibã. Depois que o Talibã capturou Cabul e passou a governar o Afeganistão, Matiullah Wesa começou a pedir ao grupo que suspendesse a proibição à educação das garotas", relatou.
Ziauddin condenou a detenção de Wesa. "É tão triste e doloroso que um ser humano tão bonito, um patriota que ama seu povo e seu país, e que deseja espalhar a educação de vilarejo em vilarejo, de casa em casa, de cidade em cidade, seja humilhado e preso. Levantar-se em prol da educação não é um crime. Banir a educação é um crime", disse o pai de Malala. Em 9 de outubro de 2012, então com 12 anos, Malala foi baleada na cabeça por um talibã, quando ela se dirigia para a escola, na província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa.
De acordo com Ziauddin, o Talibã invadiu o quarto de hóspedes e o escritório de Wesa. "Os milicianos espancaram e prenderam dois irmãos dele. Isso é uma vergonha. Na condição de educador, eu condeno fortemente isso. Peço a libertação de Matiullah Wesa, o mais rápido possível. Também solicito à comunidade internacional e aos líderes mundiais que tomem nota das violações de direitos humanos básicos e da liberdade de expressão, por parte do Talibã. Matiullah Wesa deve ser libertado", acrescentou.