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Razia Barak Haidari, 26 anos, recebeu um soco na orelha, na manhã deste sábado. A professora universitária, desempregada desde que o Talibã retornou ao poder, em 13 de agosto passado, contou ao Correio que sente muitas dores no ouvido e na cabeça. A agressão foi cometida por talibãs, que reprimiram um protesto organizado por ela. "Eles usaram pistolas Taser (choques elétricos), spray de pimenta, gás lacrimogêneo e chicoteadas. Os talibãs nos cercaram e começaram a nos agredir", afirmou, por meio do Messenger e, depois, pelo WhatsApp.
 
A manifestação, impensável durante o governo do Emirado Islâmico do Afeganistão (regime talibã, entre 1996 e 2001), mobilizou pelo menos 50 mulheres. Com cartazes e gritando palavras de ordem, elas se reuniram diante do Palácio Presidencial e do prédio do Ministério da Defesa, em Cabul, no 6º Distrito. "Eles são violentos e sabem apenas como matar pessoas. Fomos ameaçadas de morte. Disseram-nos que fôssemos para casa ou atirariam contra nós", lamentou Razia, que não se intimida com a violência. A afegã faz questão de se apresentar como ativista dos direitos das mulheres e feminista.
Pelo menos quatro manifestantes ficaram gravemente feridas — uma delas, Narjes, foi chicoteada na cabeça pelo Talibã e ameaçada de morte. "O protesto começou às 9h (1h30 em Brasília, deste sábado). Nosso objetivo foi exigir que as mulheres tenham direito ao trabalho e à vida social", explicou. "Nós não queremos ser transformadas em escravas. Nós estudamos e todas somos ativistas sociais", acrescentou.
Ela acredita que protestos similares nas províncias de Herat e de Nimroz levarão as mulheres afegãs a lutar. "Nós já estamos lutando. O Talibã não tem respeito algum pelas mulheres, mas estamos lutando para sobreviver", desabafou Razia.

Protesto de mulheres reprimido com chicoteadas, Taser e gás lacrimogêneo, em Cabul
Material cedido ao Correio
 
 
A ativista teme que os talibãs comecem a executar manifestantes nos próximos dias. "Na quinta-feira, duas professoras foram assassinadas por eles na cidade de Herat. Os talibãs apedrejarão todas as afegãs ativistas e educadas. Algumas serão colocadas sob prisão domiciliar", prevê. Razia pede à comunidade internacional para que se simpatize com a causa das mulheres do Afeganistão. "Nós não temos nenhum simpatizante, nem mesmo um governo que nos apoie", lamentou. "Pedimos ao mundo para que não reconheça o governo do Talibã."
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Razia Barak Haidari, 26 anos, recebeu um soco na orelha, na manhã deste sábado. A professora universitária, desempregada desde que o Talibã retornou ao poder, em 13 de agosto passado, contou ao Correio que sente muitas dores no ouvido e na cabeça. A agressão foi cometida por talibãs, que reprimiram um protesto organizado por ela. "Eles usaram pistolas Taser (choques elétricos), spray de pimenta, gás lacrimogêneo e chicoteadas. Os talibãs nos cercaram e começaram a nos agredir", afirmou, por meio do Messenger e, depois, pelo WhatsApp.
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Pelo menos quatro manifestantes ficaram gravemente feridas — uma delas, Narjes, foi chicoteada na cabeça pelo Talibã e ameaçada de morte. "O protesto começou às 9h (1h30 em Brasília, deste sábado). Nosso objetivo foi exigir que as mulheres tenham direito ao trabalho e à vida social", explicou. "Nós não queremos ser transformadas em escravas. Nós estudamos e todas somos ativistas sociais", acrescentou.
Ela acredita que protestos similares nas províncias de Herat e de Nimroz levarão as mulheres afegãs a lutar. "Nós já estamos lutando. O Talibã não tem respeito algum pelas mulheres, mas estamos lutando para sobreviver", desabafou Razia.

Protesto de mulheres reprimido com chicoteadas, Taser e gás lacrimogêneo, em Cabul
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A ativista teme que os talibãs comecem a executar manifestantes nos próximos dias. "Na quinta-feira, duas professoras foram assassinadas por eles na cidade de Herat. Os talibãs apedrejarão todas as afegãs ativistas e educadas. Algumas serão colocadas sob prisão domiciliar", prevê. Razia pede à comunidade internacional para que se simpatize com a causa das mulheres do Afeganistão. "Nós não temos nenhum simpatizante, nem mesmo um governo que nos apoie", lamentou. "Pedimos ao mundo para que não reconheça o governo do Talibã."