Nesta quarta-feira (26), o governo russo acusou a Ucrânia de ‘boicotar as iniciativas de paz’, após a primeira conversa telefônica, desde o início do conflito, entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o líder chinês, Xi Jinping. "As autoridades ucranianas e os seus aliados ocidentais já demonstraram capacidade para boicotar as iniciativas de paz. Qualquer apelo à paz dificilmente pode ser adequadamente percebido por fantoches controlados por Washington",  declarou em um comunicado o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, logo após notícias sobre o diálogo entre Zelensky e Jinping.

No comunicado divulgado hoje, o Kremlin ainda apontou a disposição de Pequim em "se esforçar para estabelecer um processo de negociação" entre a Rússia e a Ucrânia, mas criticou Kiev por "rejeitar qualquer iniciativa sensata destinada a uma solução política e diplomática para a crise".

O presidente da Ucrânia disse que teve uma conversa "longa e significativa" com Xi Jinping, um aliado influente e próximo de Moscou, com quem, há vários meses, admitiu querer dialogar. Oficialmente, a China afirma ser neutra no conflito, no entanto Jinping também nunca condenou a ofensiva russa e mostrou apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, em diversas situações recentes.

Já a chancelaria da Rússia alega que Kiev emitiu "ultimatos com exigências reconhecidamente irrealistas" e "rejeitou repentinamente" uma primeira versão de um acordo de paz, em 2022, pouco tempo depois do início da invasão militar russa.

Enquanto isso, Zelensky tem acusado repetidamente que Moscou faz ultimatos e ameaças, afirmando que não negociará diretamente com Putin até que o Kremlin retire as suas tropas da Ucrânia, insistindo, além disso, na devolução de todos os territórios ocupados pelo exército russo, incluindo a Criméia, anexada em 2014.