O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis Moreira foram detidos nesta quarta-feira, em Assunção, sob suspeita de entrar no Paraguai com passaportes falsos —o documento original deles está retido pelas autoridades brasileiras devido a um entrave na Justiça. Eles permanecerão sob custódia policial em um hotel de luxo nos arredores da capital paraguaia até prestarem depoimentos nesta quinta-feira no Ministério Público, que decidirá sobre a possibilidade de mantê-los em custódia.


A Polícia Nacional emitiu uma ordem de detenção contra o ex-jogador após receber informações das autoridades migratórias de que teria desembarcado no aeroporto internacional de Assunção portando documentos adulterados. A partir disso, foi feita uma busca na suíte por agentes fiscais e da Polícia Nacional. Segundo a Promotoria, os dois irmãos disseram ter ido a Assunção a convite do empresário Nelson Belotti, dono do cassino Il Palazzo. Também mencionaram que o ex-jogador apresentaria nesta quinta na cidade um programa de assistência pediátrica gratuita e itinerante, quando também falaria sobre seu livro Gênio da vida. Dezenas de pessoas foram ao aeroporto para receber Ronaldinho, que passou sem incidentes pelos controles migratório e alfandegário. Em seguida, ele recebeu o título de “Visitante Ilustre de Assunção” em uma cerimônia na prefeitura da capital.

Ronaldinho teve seu passaporte brasileiro recolhido pelas autoridades brasileiras devido a problemas com a Justiça. O ex-jogador e seu irmão, também ex-jogador profissional e empresário de Ronaldinho, foram condenados a pagar várias multas que chegam a quase 10 milhões de reais por construções irregulares em áreas de preservação ambiental à beira do lago Guaíba, em Porto Alegre. Ronaldinho e seu irmão foram condenados em 2015 e, desde então, ignoraram várias tentativas de cobrança das multas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande dou Sul. Ao se contrapor a um habeas corpus para revisar a pena, o Ministério Público Federal argumentou que os acusados ridicularizavam a Justiça e a sociedade. Pouco mais de um mês depois da ordem judicial, em dezembro de 2018, eles entregaram os passaportes, e desde então Ronaldinho deixou de cumprir sua intensa agenda de compromissos comerciais no exterior.

 

 

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Policiais verificam documentos no quarto e hotel onde Ronaldinho está hospedado. 

CESIÓN DE LA FISCALÍA DE PARAGUAY / EFE


Embora impedido de viajar para fora do país, o ex-jogador recebeu, em setembro, o título de embaixador do turismo brasileiro. A função é voluntária, não prevê remuneração e faz parte de um programa da Embratur em que personalidades exercem o papel de embaixadoras de atrações turísticas do Brasil. Ronaldinho foi uma das celebridades que aderiram à campanha de Jair Bolsonaro à presidência. Na véspera do primeiro turno, o ex-meia do Barcelona postou imagem com uma camisa da seleção e o número 17, revelando seu voto “por um Brasil melhor, desejo paz, segurança e alguém que nos devolva a alegria”.