ENTENDA
 
Nesta terça-feira (24/1), os cientistas nucleares do Bulletin of the Atomic Scientists redefiniram o horário do “Relógio do Juízo Final”, também conhecido como “Doomsday Clock”, em 90 segundos para a meia-noite. Após o ajuste, eles também alertaram que o fim do mundo nunca esteve tão próximo.

Criado em 1947, por cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan, que desenvolveu a primeira bomba atômica, o relógio do Juízo Final não foi projetado para medir categoricamente as ameaças existenciais.

Sua finalidade original era medir ameaças nucleares. Contudo, o Bulletin of the Atomic Scientists decidiu incluir ameaças contínuas representadas pela crise climática, pelo colapso das normas e instituições globais necessárias para mitigar os riscos associados ao avanço das tecnologias e ameaças biológicas, como o COVID-19, nos cálculos.

“Estamos vivendo em uma época de perigo sem precedentes, e o Relógio do Juízo Final reflete essa realidade." diz, Rachel Bronson, PhD, presidente e CEO do Bulletin of the Atomic Scientists.

Na prática, o relógio do Juízo Final funciona da seguinte forma: quanto mais próximos estiverem os ponteiros da meia-noite, maior o risco de um apocalipse. No entanto, o horário pode ser ajustado, ficando mais próximo ou longe do fim do mundo. Porém, esse ajuste depende dos esforços globais para salvar ou contribuir com a destruição do planeta. O que não determina exatamente quanto tempo ainda resta.

“Quando o relógio marca meia-noite, isso significa que houve algum tipo de conflito nuclear ou mudança climática catastrófica que acabou com a humanidade”, explica Sharon Squassoni, copresidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin, que define a hora do relógio. “Nós nunca realmente queremos chegar lá e não saberemos quando o fizermos.”

Atualmente, a definição dos ponteiros é feita por membros do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim dos Cientistas Atômicos, com base em cálculos que medem a chance de catástrofes aconteceram.

A declaração do Relógio do Juízo Final de 2023 detalha ameaças biólogicas e outros multiplicadores como os riscos mais imediatos relacionados à Guerra Rússia-Ucrânia como responsáveis por empurra o icônico relógio para mais perto do apocalipse. 

Além disso, o comunicado divulgado pelos cientistas responsáveis pelo relógio alegam que a ameaça nuclear, crise climática, bio-ameaças e a guerra de desinformação são multiplicadores de ameaças para o planeta atualmente.

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