O presidente Vladimir Putin pediu neste domingo (28/3) aos russos que se vacinem contra a Covid-19, um gesto "necessário", menos de uma semana depois de ter sido imunizado em um evento privado, longe das câmeras.

O apelo foi feito no momento em que a Rússia luta para vacinar sua população, quase quatro meses depois do início da campanha com o fármaco Sputnik V.

Apenas quatro milhões de russos receberam as duas doses e outros dois milhões a primeira, o que significa apenas 4% da população do país, muito longe das taxas registradas em outras nações, como Estados Unidos ou Reino Unido.

"Se uma pessoa deseja estar segura, não quer ficar doente e sofrer os efeitos graves de uma doença, então, claramente, o melhor é tomar a vacina", declarou Putin em uma entrevista à televisão pública, reiterando a "necessidade" do ato.

Putin, 68 anos, foi vacinado na terça-feira contra o coronavírus de maneira privada. Ao explicar a decisão neste domingo, ele afirmou que não queria "fazer papel de bobo" diante das câmeras. Ele também se negou a revelar a vacina que tomou, entre as três desenvolvidas na Rússia, mas destacou que todas eram eficazes.

Apesar do sucesso da vacina Sputnik V, aprovada em 56 países, a campanha de vacinação ainda luta para decolar na Rússia, sobretudo por causa da desconfiança de boa parte da população.

De acordo com uma pesquisa publicada no início de março pelo Centro Independente Levada, praticamente dois terços do russo acreditam que a Covid-19 é uma "arma biológica" desenvolvida pelo homem e 62% dos entrevistados não pretendem ser vacinados.

Putin afirmou neste domingo que a Rússia poderia suspender as restrições que ainda vigoram pela pandemia depois da vacinação de 70% dos adultos contra o coronavírus. Na opinião dele, a taxa pode ser alcançada no próximo verão (hemisfério norte, inverno no Brasil).