array(31) {
["id"]=>
int(163449)
["title"]=>
string(79) "Putin diz que Brasil pode mediar paz com a Ucrânia, mas sob os termos do russo"
["content"]=>
string(5803) "O presidente da Rússia, Vladimir Putin, citou, nesta quinta (05/09), o Brasil, a China e a Índia como potenciais mediadores para uma negociação de paz entre seu país e a Ucrânia, vizinho que invadiu em 2022.
Falando no Fórum Econômico Oriental, em Valdivostok (Extremo Oriente russo), Putin mudou o tom que vinha adotando desde que as forças de Volodimir Zelenski promoveram uma invasão do sul da Rússia, na região de Kursk.
Antes, Putin dizia que a ação visava forçar os russos a negociar, o que não iria ocorrer. Agora, o líder afirmou que a incursão falhou em drenar energia de suas forças dentro da Ucrânia, o que é fato: a Rússia avança cada dia mais na região de Donetsk, leste do país invadido.
Leia mais. Putin revela qual candidato à presidência dos EUA vai apoiar; veja quem
A mudança retórica não é ampla: Putin voltou a dizer que nunca se recusou a negociar, dentro de seus termos conhecidos, que incluem a aquisição das áreas que decretou anexadas na Ucrânia e a neutralidade militar do rival. Kiev, por óbvio, não topa.
A citação explícita aos parceiros russos no grupo Brics, que inclui também a África do Sul, é estratégica e remete às negociações promovidas primariamente pela China antes do ataque a Kursk. Nas semanas anteriores ao 6 de agosto, houve intensa movimentação de diplomatas de Pequim, e tanto Moscou quanto Kiev sinalizaram aceitar conversar.
A ofensiva paralisou isso. Para o Brasil, a fala de Putin é música, dados os esforços malfadados do presidente Lula (PT) de intervir no conflito. Inicialmente, ele se ofereceu como mediador, posição reforçada pelo fato de o Brasil ter condenado a invasão na ONU, mas rejeitado sanções contra a Rússia.
Depois, falas desastradas equivalendo Putin a Zelenski acabaram minando sua posição, que acabou salva pelos chineses. Como principal aliada de Putin, a ditadura comunista trouxe para seu lado o Brasil em um comunicado conjunto pedindo conversas.
Isso criou uma divisão entre países que buscam independência ante a polarização Pequim-Washington vigente, expressa na recusa de nações como a Índia em assinar o texto final de uma cúpula de paz montada pelos aliados da Ucrânia na Suíça, em julho. A China boicotou o encontro, e o Brasil apenas o observou.
Agora, o cenário se desenha sob a ótica dos Brics. No fim de outubro, haverá uma reunião do grupo em Kazan, na Rússia. O Itamaraty não vinha considerando o encontro um fórum para falar de Ucrânia, e havia sido colocado em uma posição delicada pela proposta russa de convidar à entidade a Venezuela e a Nicarágua.
As duas ditaduras latino-americanas estão em graus diferentes de crise com o Brasil, devido ao questionamento da eleição fraudada por Nicolás Maduro e ao rompimento com Manágua. Introduzir a Ucrânia na equação ajuda a mudar o foco.
"Estamos prontos para negociar com eles? Nós nunca nos recusamos, mas não sob demandas efêmeras, mas na base de documentos que foram acordados e assinados em Istambul", disse, se referindo às negociações que colapsaram no fim de março de 2022 na capital turca.
Desde então, não houve mais negociações diretas, apenas contatos indiretos, como a reportagem relatou e a Rússia confirmou. Apesar do malabarismo retórico, a avaliação de Putin no campo militar é correta. "O objetivo do inimigo era nos fazer nervosos e preocupados, transferindo tropas de um setor para outro para parar nossa ofensiva em áreas chaves, principalmente no Donbass [nome histórico da área de Donetsk e a vizinha Lugansk]. Deu certo? Não", afirmou.
"Ao transferir unidades algo grandes e bem treinadas para as áreas de nossa fronteira, o inimigo se enfraqueceu em áreas centrais, e nossas forças aceleraram as operações ofensivas.
Nenhuma ação está ocorrendo para conter nossa ofensiva", disse, sobre o avanço contra o centro logístico de Pokrovsk, em Donetsk. A crise e pressão renovada em ataques aéreos acelerou a queda de metade do governo de Zelenski, na quarta (04/09). O presidente disse que precisa de "nova energia" para lidar com a guerra.
Nesta quinta, o Ministério da Defesa russo anunciou a conquista de mais uma cidade na região. O dia registrou também uma pausa na campanha aérea renovada por Putin desde a semana passada, que teve na terça (3) um auge com o ataque com mísseis contra uma academia militar, deixando 51 mortos.
(Igor Gielow/O TEMPO)
"
["author"]=>
string(24) "Agências/ OTEMPO.com.br"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(618883)
["filename"]=>
string(15) "russoputimm.jpg"
["size"]=>
string(5) "70691"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(19) "politicaa/guardaer/"
}
["image_caption"]=>
string(118) "Putin reforça os termos que aceitaria em negociações de acordo com a UcrâniaFoto: Gavriil Grigorov / SPUTNIK / AFP"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(130) "Presidente da Rússia citou brasileiros, China e Índia como potenciais mediadores do conflito
"
["author_slug"]=>
string(22) "agencias-otempo-com-br"
["views"]=>
int(59)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(77) "putin-diz-que-brasil-pode-mediar-paz-com-a-ucrania-mas-sob-os-termos-do-russo"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-09-05 11:58:15.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-09-05 11:58:15.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2024-09-05T11:50:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(34) "politicaa/guardaer/russoputimm.jpg"
}
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, citou, nesta quinta (05/09), o Brasil, a China e a Índia como potenciais mediadores para uma negociação de paz entre seu país e a Ucrânia, vizinho que invadiu em 2022.
Falando no Fórum Econômico Oriental, em Valdivostok (Extremo Oriente russo), Putin mudou o tom que vinha adotando desde que as forças de Volodimir Zelenski promoveram uma invasão do sul da Rússia, na região de Kursk.
Antes, Putin dizia que a ação visava forçar os russos a negociar, o que não iria ocorrer. Agora, o líder afirmou que a incursão falhou em drenar energia de suas forças dentro da Ucrânia, o que é fato: a Rússia avança cada dia mais na região de Donetsk, leste do país invadido.
Leia mais. Putin revela qual candidato à presidência dos EUA vai apoiar; veja quem
A mudança retórica não é ampla: Putin voltou a dizer que nunca se recusou a negociar, dentro de seus termos conhecidos, que incluem a aquisição das áreas que decretou anexadas na Ucrânia e a neutralidade militar do rival. Kiev, por óbvio, não topa.
A citação explícita aos parceiros russos no grupo Brics, que inclui também a África do Sul, é estratégica e remete às negociações promovidas primariamente pela China antes do ataque a Kursk. Nas semanas anteriores ao 6 de agosto, houve intensa movimentação de diplomatas de Pequim, e tanto Moscou quanto Kiev sinalizaram aceitar conversar.
A ofensiva paralisou isso. Para o Brasil, a fala de Putin é música, dados os esforços malfadados do presidente Lula (PT) de intervir no conflito. Inicialmente, ele se ofereceu como mediador, posição reforçada pelo fato de o Brasil ter condenado a invasão na ONU, mas rejeitado sanções contra a Rússia.
Depois, falas desastradas equivalendo Putin a Zelenski acabaram minando sua posição, que acabou salva pelos chineses. Como principal aliada de Putin, a ditadura comunista trouxe para seu lado o Brasil em um comunicado conjunto pedindo conversas.
Isso criou uma divisão entre países que buscam independência ante a polarização Pequim-Washington vigente, expressa na recusa de nações como a Índia em assinar o texto final de uma cúpula de paz montada pelos aliados da Ucrânia na Suíça, em julho. A China boicotou o encontro, e o Brasil apenas o observou.
Agora, o cenário se desenha sob a ótica dos Brics. No fim de outubro, haverá uma reunião do grupo em Kazan, na Rússia. O Itamaraty não vinha considerando o encontro um fórum para falar de Ucrânia, e havia sido colocado em uma posição delicada pela proposta russa de convidar à entidade a Venezuela e a Nicarágua.
As duas ditaduras latino-americanas estão em graus diferentes de crise com o Brasil, devido ao questionamento da eleição fraudada por Nicolás Maduro e ao rompimento com Manágua. Introduzir a Ucrânia na equação ajuda a mudar o foco.
"Estamos prontos para negociar com eles? Nós nunca nos recusamos, mas não sob demandas efêmeras, mas na base de documentos que foram acordados e assinados em Istambul", disse, se referindo às negociações que colapsaram no fim de março de 2022 na capital turca.
Desde então, não houve mais negociações diretas, apenas contatos indiretos, como a reportagem relatou e a Rússia confirmou. Apesar do malabarismo retórico, a avaliação de Putin no campo militar é correta. "O objetivo do inimigo era nos fazer nervosos e preocupados, transferindo tropas de um setor para outro para parar nossa ofensiva em áreas chaves, principalmente no Donbass [nome histórico da área de Donetsk e a vizinha Lugansk]. Deu certo? Não", afirmou.
"Ao transferir unidades algo grandes e bem treinadas para as áreas de nossa fronteira, o inimigo se enfraqueceu em áreas centrais, e nossas forças aceleraram as operações ofensivas.
Nenhuma ação está ocorrendo para conter nossa ofensiva", disse, sobre o avanço contra o centro logístico de Pokrovsk, em Donetsk. A crise e pressão renovada em ataques aéreos acelerou a queda de metade do governo de Zelenski, na quarta (04/09). O presidente disse que precisa de "nova energia" para lidar com a guerra.
Nesta quinta, o Ministério da Defesa russo anunciou a conquista de mais uma cidade na região. O dia registrou também uma pausa na campanha aérea renovada por Putin desde a semana passada, que teve na terça (3) um auge com o ataque com mísseis contra uma academia militar, deixando 51 mortos.
(Igor Gielow/O TEMPO)