Nesta quarta-feira (31), os agricultores franceses continuam pelo terceiro dia consecutivo com o bloqueio de estradas em todo o país. Segundo o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, são mais de 100 pontos de bloqueio e aproximadamente dez mil manifestantes nas rodovias da França.
Os agricultores também já se aproximam de Paris e do mercado de Rungis, o maior do país e que fica nos arredores da capital francesa. Pelo menos 18 pessoas já foram detidas por obstrução ao trânsito perto de Rungis.
O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, não conseguiu acalmar em seu último discurso a categoria. Para tentar resolver as questões reivindicadas pelo setor agrícola, o ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, viajou para Bruxelas, para uma reunião na Comissão Europeia em busca de conversações destinadas a acelerar e solucionar questões que abrangem medidas adotadas pela União Europeia (UE).
Por outro lado, a Comissão Europeia já anunciou hoje propostas com medidas para limitar as importações de bens agroalimentares da Ucrânia e ainda que haja uma isenção parcial da obrigação de manter certas terras em pousio (prática de “descansar” o solo das atividades agrícolas), que é imposta pela nova Política Agrícola Comum (PAC) desde o inicio do ano passado. Estes são dois focos de tensão com os agricultores franceses e de outros países do bloco
O governo francês afirmou que a Comissão Europeia respondeu às solicitações da França. "Mantemos o objetivo político de apoiar a Ucrânia e, ao mesmo tempo, protegemos os agricultores europeus em setores sensíveis", afirmou o gabinete do presidente Emmanuele Macron.
Os principais pontos do movimento de contestação dos agricultores é que desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, a UE suspendeu os direitos aduaneiros sobre todos os produtos importados ucranianos, permitindo desta forma o escoamento para o bloco de cereais muito mais baratos a partir daquele país, conhecido como ‘o celeiro da Europa’. Assim como a causa da transição verde, que é criticada em relação ao Pacto Ecológico e às regras ambientais, uma vez que os agricultores, sobretudo os de pequeno e médio porte, se dizem forçados a mudanças que não se sentem preparados e apoiados para tal.
Além da França, a Alemanha, Bélgica, Itália, Portugal, Espanha e Polônia também têm sido palco de bloqueios de estradas e inúmeras manifestações de agricultores.