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Em sessão no Parlamento local, o ministro de Negócios Estrangeiros (equivalente a pasta de Relações Exteriores no Brasil), Augusto Santos Silva, afirmou que pediu à embaixada portuguesa para identificar os cidadãos que precisem regressar a Portugal "por razões humanitárias".
O ministro não deu detalhes sobre a data prevista para o embarque e nem a quantidade esperada de passageiros. Segundo Santos Silva, já foram detectadas 70 pessoas que se enquadram nos critérios para a repatriação.
"Há 70 portugueses que se encontram no Brasil, mas que não residem no Brasil, que, por razões de saúde, precisam regressar a Portugal", afirmou.
O governo ainda está recebendo indicações sobre que tipo de casos serão incluídos na repatriação. Além dos problemas de saúde, portugueses com dificuldades financeiras para permanecer no país e cidadãos com necessidades de natureza familiar também podem ser beneficiados.
O ministro afirmou que o governo tem a intenção de apoiar os cidadãos que precisem regressar por questões humanitárias, mas aproveitou para criticar aqueles que viajaram sem se preocupar com a situação sanitária.
"Em maio do ano passado, ainda havia cidadãos europeus que aproveitavam para fazer viagens de cruzeiro. Temos de desertificar comportamentos que não podemos ter agora. Temos de ter muito cuidado na circulação internacional do vírus, em particular de mutações que ainda não conhecemos bem", disse.
Embora o governo de Portugal tenha até o momento identificado 70 pessoas com necessidade de repatriação, um grupo bem maior tem pedido apoio oficial das autoridades para regressar à Europa.
Mais de 150 pessoas, entre portugueses e brasileiros com residência legal em Portugal, assinaram uma carta aberta pedindo auxílio para o repatriamento.
É o caso da esteticista brasileira Drielle Galdino. "Vim ao Brasil por 14 dias pra passar por uma cirurgia de emergência. Infelizmente, entrei nessa situação impossibilitada de voltar pra casa. Tenho uma filha de 7 anos com crises de ansiedade em Portugal. Estou desesperada, precisando voltar com urgência", afirma.
A proibição de voos entre os dois países, válida inicialmente até 14 de fevereiro, já foi estendida até 1º de março e há expectativa que uma uma nova prorrogação aconteça.
Também em sua audição no Parlamento, o ministro disse que conversou com o governo brasileiro para esclarecer a proibição de circulação entre os dois países. Segundo Santos Silva, a decisão foi tomada tendo em conta apenas o agravamento da pandemia em Portugal.
"Falei com o ministro das Relações Exteriores do Brasil [Ernesto Araújo], a quem expliquei que era uma medida que tomávamos não por qualquer avaliação negativa da situação epidemiológica do Brasil, mas porque vivíamos uma situação epidemiológica muito difícil em Portugal e tínhamos de tomar medidas desta natureza", completou.
Embora proíba os voos comerciais e privados, o decreto português libera as viagens por motivos humanitários. Podem embarcar cidadãos ou residentes legais de Portugal e de outros países da União Europeia, além de outros casos em que a circulação é considerada de caráter excepcional.
O documento também permite abre a possibilidade que alguém retorne do Brasil para Portugal através de voos com conexões em outros países. Muitos dos afetados se queixam, no entanto, que o preço alto dos bilhetes inviabiliza essa opção.
"Não tenho condições de pagar outra passagem com rotas alternativas, já que as companhias aéreas estão se aproveitando vendendo passagens com valores exorbitantes", diz a brasileira Galdino.
Enquanto isso, brasileiros em Portugal também sofrem com o fechamento das fronteiras. Ao contrário de março de 2020, quando os afetados eram sobretudo turistas, desta vez os atingidos são maioritariamente migrantes.
Muitos deles perderam os empregos por conta da pandemia e já planejavam retornar para o Brasil quando a proibição das viagens entrou em vigor. Há vários relatos de pessoas que já não têm dinheiro para permanecer na Europa.
Nesta semana, um grupo de brasileiros nesta situação passou a dormir no aeroporto de Lisboa. O Itamaraty afirma que não há previsão de voos de repatriação custeados pelo governo brasileiro.
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Em sessão no Parlamento local, o ministro de Negócios Estrangeiros (equivalente a pasta de Relações Exteriores no Brasil), Augusto Santos Silva, afirmou que pediu à embaixada portuguesa para identificar os cidadãos que precisem regressar a Portugal "por razões humanitárias".
O ministro não deu detalhes sobre a data prevista para o embarque e nem a quantidade esperada de passageiros. Segundo Santos Silva, já foram detectadas 70 pessoas que se enquadram nos critérios para a repatriação.
"Há 70 portugueses que se encontram no Brasil, mas que não residem no Brasil, que, por razões de saúde, precisam regressar a Portugal", afirmou.
O governo ainda está recebendo indicações sobre que tipo de casos serão incluídos na repatriação. Além dos problemas de saúde, portugueses com dificuldades financeiras para permanecer no país e cidadãos com necessidades de natureza familiar também podem ser beneficiados.
O ministro afirmou que o governo tem a intenção de apoiar os cidadãos que precisem regressar por questões humanitárias, mas aproveitou para criticar aqueles que viajaram sem se preocupar com a situação sanitária.
"Em maio do ano passado, ainda havia cidadãos europeus que aproveitavam para fazer viagens de cruzeiro. Temos de desertificar comportamentos que não podemos ter agora. Temos de ter muito cuidado na circulação internacional do vírus, em particular de mutações que ainda não conhecemos bem", disse.
Embora o governo de Portugal tenha até o momento identificado 70 pessoas com necessidade de repatriação, um grupo bem maior tem pedido apoio oficial das autoridades para regressar à Europa.
Mais de 150 pessoas, entre portugueses e brasileiros com residência legal em Portugal, assinaram uma carta aberta pedindo auxílio para o repatriamento.
É o caso da esteticista brasileira Drielle Galdino. "Vim ao Brasil por 14 dias pra passar por uma cirurgia de emergência. Infelizmente, entrei nessa situação impossibilitada de voltar pra casa. Tenho uma filha de 7 anos com crises de ansiedade em Portugal. Estou desesperada, precisando voltar com urgência", afirma.
A proibição de voos entre os dois países, válida inicialmente até 14 de fevereiro, já foi estendida até 1º de março e há expectativa que uma uma nova prorrogação aconteça.
Também em sua audição no Parlamento, o ministro disse que conversou com o governo brasileiro para esclarecer a proibição de circulação entre os dois países. Segundo Santos Silva, a decisão foi tomada tendo em conta apenas o agravamento da pandemia em Portugal.
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Nesta semana, um grupo de brasileiros nesta situação passou a dormir no aeroporto de Lisboa. O Itamaraty afirma que não há previsão de voos de repatriação custeados pelo governo brasileiro.