O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pediu nesta sexta-feira (12) no Chile aos países latino-americanos que sejam cautelosos em suas relações com a China e a Rússia, dois países que, segundo ele, "montam armadilhas", "ignoram as regras" e "espalham a desordem ".
 
Em uma conferência realizada em um centro de convenções no leste de Santiago, depois de se reunir com o presidente Sebastián Piñera e o ministro das Relações Exteriores, Roberto Ampuero, Pompeo reafirmou a base da administração de Donald Trump em sua política com a América Latina.
 
"Os líderes da América do Sul se tornaram mais lúcidos e desconfiados de falsos amigos. China, Rússia estão definitivamente batendo na porta, mas uma vez que eles entram na casa, eles montam armadilhas, ignoram as regras e propagam desordem ", disse o chefe da diplomacia americana. "Felizmente, a América do Sul não está comprando isso e nem nós", acrescentou.
 
Pompeo, que chegou a Santiago nesta sexta-feira criticou o financiamento concedido pela China ao governo venezuelano de Nicolás Maduro. "Há uma lição a ser aprendida: a China e outros estão sendo hipócritas ao pedir a não intervenção nos assuntos da Venezuela. Suas próprias intervenções financeiras ajudaram a destruir o país", disse.
 
O chefe da diplomacia americana ressaltou o "problema" dos negócios de China em lugares como a América Latina. "Frequentemente injeta capital corrosivo", dando lugar à corrupção e erodindo o bom governo, afirmou.
 
A título de exemplo, mencionou o caso da represa Coca Codo Sinclair na selva do Equador, financiada e construída pela China, e que agora funciona a média capacidade por problemas em sua construção e administração, segundo Pompeo. Vários de seus executivos estão presos por corrupção. 
 
O projeto, detalhou, incluiu um investimento de 19 bilhões de dólares de empréstimos chineses. Como garantia, este país obteve 80% do petróleo do Equador com um desconto, e depois o revendeu. "Este parece um parceiro de confiança?", perguntou Pompeo.
 
A América Latina "também deve ser cautelosa com a Rússia", acrescentou, pedindo aos países da região que não tolerem que este país escale a situação de tensão em países como Venezuela e Nicarágua.