A polícia do Equador continuava nesta sexta-feira (1º) com as buscas em uma penitenciária em crise no porto de Guayaquil, onde uma rebelião causou pelo menos 118 mortes na terça-feira, em um dos piores massacres carcerários da América Latina.

Em apoio aos agentes penitenciários, a polícia "segue realizando operações de busca no #CPLGuayas nº 1", informou a instituição por meio de sua conta no Twitter.

Disse ainda que as inspeções, que na quinta-feira permitiram a apreensão de três pistolas, 435 munições, 25 armas brancas e três explosivos, fazem parte das ações implementadas pelo estado de exceção declarado pelo governo para todo o sistema prisional, que já vive um colapso há anos.

Decretada na quarta-feira, a medida permite ao Executivo suspender os direitos dos presidiários e mobilizar a força pública para restabelecer e manter a ordem após o motim que deixou 118 presos mortos - seis deles decapitados - e 86 feridos.

A sangrenta rebelião começou na terça-feira em uma prisão de Guayaquil, com população carcerária de 8.500, quando presidiários de gangues rivais com ligações com o narcotráfico mexicano que disputam o poder entraram em confronto com armas de fogo.

“Está tudo tranquilo, eles estão nas celas. Não é que os pavilhões estejam tomados por eles”, afirmou a comandante da polícia, general Tannya Varela, que liderou uma operação com a intervenção de 900 agentes. Os pavilhões “não estão tomados. Estamos entrando normalmente”, enfatizou.

O Equador, onde existem 65 prisões para 30.000 pessoas, sofre há vários anos uma crise penitenciária devido à superpopulação de 30%, falta de guardas, redução de orçamento, corrupção e conflitos entre gangues.

Até o momento, em 2021, os distúrbios nas prisões deixaram 237 mortos e 166 feridos. Em fevereiro, 79 presos morreram em rebeliões simultâneas em quatro prisões de três cidades.