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"Com os gastos insanos desse projeto de lei, é óbvio que vivemos em um país de partido único", escreveu Musk na rede social X, na última segunda-feira (30), um dia antes de o Senado dos EUA aprovar por 51 votos a 50 o texto de Trump. "É hora de um novo partido político que realmente se importe com o povo."
Ele já havia aventado o plano no início de junho, quando também criticou a proposta. "É hora de criar um novo partido político nos EUA que realmente represente os 80% do meio?", perguntou aos seus seguidores no X, em publicação acompanhada de uma enquete.
Desde então, a ideia vem aparecendo em suas redes sociais, com frequência acompanhada de críticas ao projeto de lei que pode aumentar os níveis de dívida já inchados do país -no começo do ano, Musk chegou a chefiar o Doge (Departamento de Eficiência do Governo), iniciativa de corte de gastos que teve como principais alvos programas de diversidade no governo dos EUA e a agência de ajuda externa Usaid.
"Se esse projeto de gastos insano for aprovado, o Partido América será formado no dia seguinte", afirmou ele na segunda. "Nosso país precisa de uma alternativa ao partido único Democrata-Republicano para que o povo realmente tenha voz."
Dinheiro não seria um problema para o homem mais rico do mundo -Musk colocou US$ 291,5 milhões no Partido Republicano em 2024, tornando-se o maior doador individual naquele ano com uma diferença de quase US$ 120 milhões para o segundo colocado no mesmo período, segundo a organização OpenSecrets.
Uma pesquisa do Gallup divulgada em outubro do ano passado apontou que 58% dos adultos americanos concordavam que um terceiro partido relevante é necessário na política dos EUA -número próximo do apoio de 56% que a ideia sustentou nas últimas duas décadas, segundo o instituto.
Fundar efetivamente um partido para tentar vencer o domínio dos republicanos e democratas, porém, seria uma empreitada com muitos outros obstáculos. Outras tentativas sempre fracassaram em termos eleitorais -a experiência de terceira via mais exitosa foi a do também bilionário Ross Perot, que conseguiu 19% dos votos populares como candidato independente em 1992.
Musk teria ainda outro desafio -o custo para seus negócios de uma incursão política tão radical.
As visões políticas do empresário e as tentativas de interferir em eleições ao redor mundo desencadearam ondas de protestos contra a Tesla, uma de suas principais empresas, nos EUA e na Europa, levando a uma queda de 71% dos lucros da montadora no primeiro trimestre de 2025. Diante da repercussão, em maio, ele prometeu permanecer mais cinco anos como CEO da companhia e disse que gastaria menos com eleições no futuro.
Além disso, Musk não teve muito sucesso em um recente esforço para eleger um juiz conservador para a Suprema Corte de Wisconsin. Mesmo com alto investimento, o candidato perdeu com folga em abril, e a presença do bilionário foi apontada como um dos fatores que pode ter atrapalhado a campanha, segundo Barry Burden, diretor do Centro de Pesquisa Eleitoral da Universidade de Wisconsin.
"Um novo partido vai se beneficiar mais de Musk se puder aproveitar seus recursos, mas mantê-lo em segundo plano", disse Burden ao jornal americano The Washington Post. "E se ele puder se apresentar como um inovador e um empreendedor de tecnologia -e alguém que está realmente contribuindo para a economia americana e financiando esta nova operação- acho que isso provavelmente levará a um maior sucesso."
Para Lee Drutman, pesquisador sênior do think tank New America "terceiros partidos são tradicionalmente estraga-prazeres ou votos desperdiçados". Mas se o objetivo de Musk é "causar caos, marcar posição e perturbar, fica muito mais fácil", afirmou ele ao Post.
A polarização política atual tornaria o êxito de um terceiro partido ainda mais difícil. Perot, por exemplo, conseguiu angariar 19% dos votos na década de 1990 porque seus concorrentes Bill Clinton e George H.W. Bush apresentavam uma retórica mais de centro e, portanto, mais parecidas, permitindo que ele se apresentasse como a única mudança real.
"Se claramente houvesse um partido no centro que fosse mais popular que os democratas ou os republicanos, então alguém já o teria organizado", disse Drutman. "Não é como se estivéssemos apenas esperando que Elon Musk aparecesse."
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Desde então, a ideia vem aparecendo em suas redes sociais, com frequência acompanhada de críticas ao projeto de lei que pode aumentar os níveis de dívida já inchados do país -no começo do ano, Musk chegou a chefiar o Doge (Departamento de Eficiência do Governo), iniciativa de corte de gastos que teve como principais alvos programas de diversidade no governo dos EUA e a agência de ajuda externa Usaid.
"Se esse projeto de gastos insano for aprovado, o Partido América será formado no dia seguinte", afirmou ele na segunda. "Nosso país precisa de uma alternativa ao partido único Democrata-Republicano para que o povo realmente tenha voz."
Dinheiro não seria um problema para o homem mais rico do mundo -Musk colocou US$ 291,5 milhões no Partido Republicano em 2024, tornando-se o maior doador individual naquele ano com uma diferença de quase US$ 120 milhões para o segundo colocado no mesmo período, segundo a organização OpenSecrets.
Uma pesquisa do Gallup divulgada em outubro do ano passado apontou que 58% dos adultos americanos concordavam que um terceiro partido relevante é necessário na política dos EUA -número próximo do apoio de 56% que a ideia sustentou nas últimas duas décadas, segundo o instituto.
Fundar efetivamente um partido para tentar vencer o domínio dos republicanos e democratas, porém, seria uma empreitada com muitos outros obstáculos. Outras tentativas sempre fracassaram em termos eleitorais -a experiência de terceira via mais exitosa foi a do também bilionário Ross Perot, que conseguiu 19% dos votos populares como candidato independente em 1992.
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Além disso, Musk não teve muito sucesso em um recente esforço para eleger um juiz conservador para a Suprema Corte de Wisconsin. Mesmo com alto investimento, o candidato perdeu com folga em abril, e a presença do bilionário foi apontada como um dos fatores que pode ter atrapalhado a campanha, segundo Barry Burden, diretor do Centro de Pesquisa Eleitoral da Universidade de Wisconsin.
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Para Lee Drutman, pesquisador sênior do think tank New America "terceiros partidos são tradicionalmente estraga-prazeres ou votos desperdiçados". Mas se o objetivo de Musk é "causar caos, marcar posição e perturbar, fica muito mais fácil", afirmou ele ao Post.
A polarização política atual tornaria o êxito de um terceiro partido ainda mais difícil. Perot, por exemplo, conseguiu angariar 19% dos votos na década de 1990 porque seus concorrentes Bill Clinton e George H.W. Bush apresentavam uma retórica mais de centro e, portanto, mais parecidas, permitindo que ele se apresentasse como a única mudança real.
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