SEGUNDA ONDA


O governo do Peru anunciou nesta quarta-feira (13) que reforçará as restrições à liberdade de circulação da população diante do aumento de novos casos diários de Covid-19, estendendo, entre outras medidas, o horário do toque de recolher, para conter uma segunda onda da pandemia.

“O toque de recolher na região metropolitana de Lima e El Callao, que atualmente começa às 23h00, será antecipado para as 21h00 (até as 4h00) porque ambas as cidades apresentam um nível de risco alto frente à pandemia do coronavírus", explicou a primeira-ministra, Violeta Bermúdez, durante uma coletiva de imprensa.

Em sete regiões do país, que estão entre as mais afetadas pela segunda onda, o toque de recolher será mais severo e durará das 19h00 às 4h00.

“Queremos evitar confinamento extremo, quarentena estrita para tudo. Não queremos chegar a isso”, afirmou o presidente Francisco Sagasti, também presente durante a coletiva. “A cada 15 dias vamos avaliar as medidas que estamos tomando”, continuou Sagasti, que tossia com frequência durante sua fala, com voz rouca.

Seu ministro do Meio Ambiente testou positivo para a Covid-19 no fim de semana e está hospitalizado.

As novas medidas, que entrarão em vigor entre os dias 15 e 31 de janeiro, consistem também numa nova redução da capacidade dos estabelecimentos comerciais, proibição de ir às praias e imobilidade total aos domingos em algumas regiões do país.

No caso de Lima, onde moram 10 milhões de pessoas e, segundo autoridades sanitárias, 40% da população estava infectada, o governo reinstaurou a proibição de dirigir aos domingos.

O Peru registra um lento aumento nas infecções diárias desde dezembro, atingindo mais de 2.000 casos esta semana. O governo atribui a segunda onda da pandemia às aglomerações durante os feriados de fim do ano.

O país registra pouco mais de um milhão de infecções e cerca de 39.000 mortes desde o início da pandemia, em março.

A confirmação de pelo menos um caso de contágio com a cepa britânica despertou temores nas autoridades. Por precaução, os voos da Europa estão suspensos até o final de janeiro

O governo comprou 52 milhões de vacinas contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinopharm (38 milhões) e da britânica AstraZeneca (14 milhões).

Um primeiro lote de 1 milhão de vacinas Sinopharm deve chegar antes do final de janeiro e as primeiras doses serão aplicadas em funcionários da saúde.

No entanto, um plano de vacinação em massa para a população só deverá começar na segunda metade do ano.