O papa Francisco pediu neste domingo (29) "atenção especial aos estrangeiros" e a todas as pessoas rejeitadas, durante a Jornada Internacional dos Migrantes e Refugiados. 

"Temos que dar atenção especial aos estrangeiros, da mesma maneira que às viúvas, aos órfãos e a todos os que são rejeitados", disse o pontífice durante a missa realizada na Praça de São Pedro.


Na 105ª edição desta jornada mundial, o papa inaugurou uma escultura em homenagem aos migrantes na mítica praça do Vaticano.


A obra de bronze e argila, criada pelo artista canadense Timothy Schmalz e batizada de "Angels Unaware" (Anjos Inconscientes), representa um grupo de 140 migrantes de diferentes culturas e períodos históricos, amontoados em um barco.


A escultura é acompanhada por uma citação da Epístola aos Hebreus: "Não vos esqueçais de praticar a hospitalidade; pois agindo assim, mesmo sem perceber, alguns acolheram anjos".


"Não se trata apenas dos estrangeiros, mas de todos os habitantes das periferias existenciais que, como os migrantes e os refugiados, são vítimas da cultura da espoliação humana", afirmou Jorge Bergoglio, filho de uma família de italianos que emigraram para a Argentina.

Após sua nomeação como papa em 2013, Francisco defendeu em várias ocasiões a necessidade de acolher os refugiados e migrantes de maneira digna.


Alguns meses após sua eleição, ele viajou para a ilha italiana de Lampedusa, uma das portas de entrada para estrangeiros na Europa. Em abril de 2016, realizou uma visita à ilha grega de Lesbos, acompanhado por uma família de três refugiados muçulmanos sírios.


No final de julho, o papa pediu à comunidade internacional que aja "de maneira rápida e decisiva" para evitar novas tragédias no Mar Mediterrâneo.


De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre o início de 2014 e julho de 2018, foram encontrados os cadáveres de 5.773 migrantes e o registro de 11.089 desaparecidos no Mediterrâneo.


A maioria dessas mortes ocorreu na área central do Mediterrâneo, entre as costas da Líbia, Tunísia, Malta e Itália.


Vários países europeus, como Itália, França, Alemanha e Malta, concordaram com um mecanismo de distribuição automática de refugiados, cujo objetivo é encerrar a aplicação do 'caso a caso' do último ano.


Este novo dispositivo será votado por todos os países da União Europeia durante o Conselho Europeu de "Justiça e Assuntos Internos", a ser realizado no Luxemburgo no início de outubro.