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Em 2023 Milei teria dito que o papa é ''o representante do maligno na Terra, ocupando o trono da casa de Deus''.
Depois de insultá-lo e encenar uma reconciliação, o presidente argentino Javier Milei abraçou neste domingo (11) o papa Francisco, ao vê-lo pela primeira vez no Vaticano, tendo como pano de fundo a situação política explosiva na sua Argentina natal.
Diante de centenas de fiéis, o ultraliberal Milei curvou-se para cumprimentar e abraçar sua compatriota e sumo pontífice na Basílica de São Pedro, no final da missa de canonização da beata Maria Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula ( 1730 -1799) e primeira santa argentina.
Os dois líderes também conversaram antes da missa, segundo o Vaticano.
Milei, um economista de extrema direita que no passado chamou o papa de "imbecil" e "representante do mal", levantou-se quando ele entrou na basílica em uma cadeira de rodas no início da cerimônia, e se ajoelhou na missa durante a consagração.
Foi uma das imagens do dia e o culminar de uma semana agitada para Milei, que viajou para Jerusalém, rezou emocionado no Muro das Lamentações, teve a sua primeira grande crise com o fracasso do seu mega pacote de reformas, fez inúmeros insultos aos seus detratores e ainda teve tempo de passear por Roma antes de ver o papa.
Primeiro contato
Este domingo foi um primeiro contato antes de uma audiência na manhã de segunda-feira no Vaticano, na qual Francisco e Javier Milei poderão falar longamente. No mesmo dia, o presidente argentino se reunirá com o seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, e com a primeira-ministra Giorgia Meloni.
O presidente preparou o terreno, afirmando no sábado à Rádio Mitre argentina que o papa "é o argentino mais importante da história" e disse esperar ter "um diálogo muito frutífero".
A audiência acontecerá em uma atmosfera carregada pelos ataques anteriores de Milei ao papa. O dirigente chegou a acusá-lo durante sua campanha, em setembro passado, de "interferência política".
Jorge Mario Bergoglio e o novo presidente, no entanto, encenaram a paz nos últimos meses, o primeiro com um telefonema de felicitações após a vitória eleitoral em novembro, e o segundo com uma carta-convite para visitar a Argentina, na qual afirmava que a visita de Francisco "trará frutos de pacificação e fraternidade a todos os argentinos, ansiosos por superar divisões e confrontos".
Os dois partem de ideologias muito diferentes sobre a forma de enfrentar a pobreza, mal que atinge 40% da população da Argentina, onde a inflação fechou no ano passado acima de 200%.
Ao longo do seu papado, Francisco criticou os excessos e as desigualdades geradas pelo liberalismo, enquanto Milei, um economista ultraliberal de extrema direita que tomou posse em 10 de dezembro e governa em minoria, está empenhado em uma política privatizadora e desregulamentadora.
Uma linha que ele prometeu manter, apesar do fracasso do seu mega pacote de medidas econômicas e políticas conhecido como Lei Ônibus na câmara baixa na terça-feira.
Uma visita pendente
O papa Francisco, jesuíta e ex-arcebispo de Buenos Aires, não visita o seu país natal desde que foi eleito chefe da Igreja Católica em 2013, e o seu desejo de fazê-lo este ano será uma das grandes questões que pairarão sobre a reunião de segunda-feira.
Em entrevista ao Vatican News, o atual arcebispo de Buenos Aires, Jorge Ignacio García Cuerva, expressou sua impaciência em ver Francisco na Argentina, cuja visita seria "o encontro do pastor com seu povo".
Embora também tenha reconhecido as suspeitas políticas em torno de uma figura cujas declarações e omissões são acompanhadas de perto em seu país: "às vezes, nós, argentinos, não deixamos Bergoglio ser Francisco e o colocamos na lama de nossas discussões".
"Esperamos que o presidente o convença e teremos isso' este ano na Argentina, disse o ministro do Interior, Guillermo Francos, que acompanha Milei na visita a Roma e ao Vaticano, à rádio Mitre.
Jesuitismo e direitos humanos
María Antonia de Paz y Figueroa, recentemente canonizada depois de lhe ter sido atribuído um segundo milagre, era uma leiga consagrada que lutou para difundir os exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola justamente quando a Companhia de Jesus, da qual provém o papa, havia sido expulsa dos domínios da coroa hispânica pelo rei Carlos III.
Com o tempo ela também passou a ser considerada uma pioneira dos direitos humanos na Argentina, por sua defesa dos excluídos.
Uma mensagem muito política, desde a canonização de Mama Antula, "uma mulher muito valente e corajosa do seu tempo", tem "muito a ver com o papel da mulher na Igreja e na sociedade", explicou à AFP o biógrafo do papa, Sergio Rubín.
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Diante de centenas de fiéis, o ultraliberal Milei curvou-se para cumprimentar e abraçar sua compatriota e sumo pontífice na Basílica de São Pedro, no final da missa de canonização da beata Maria Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula ( 1730 -1799) e primeira santa argentina.
Os dois líderes também conversaram antes da missa, segundo o Vaticano.
Milei, um economista de extrema direita que no passado chamou o papa de "imbecil" e "representante do mal", levantou-se quando ele entrou na basílica em uma cadeira de rodas no início da cerimônia, e se ajoelhou na missa durante a consagração.
Foi uma das imagens do dia e o culminar de uma semana agitada para Milei, que viajou para Jerusalém, rezou emocionado no Muro das Lamentações, teve a sua primeira grande crise com o fracasso do seu mega pacote de reformas, fez inúmeros insultos aos seus detratores e ainda teve tempo de passear por Roma antes de ver o papa.
Primeiro contato
Este domingo foi um primeiro contato antes de uma audiência na manhã de segunda-feira no Vaticano, na qual Francisco e Javier Milei poderão falar longamente. No mesmo dia, o presidente argentino se reunirá com o seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, e com a primeira-ministra Giorgia Meloni.
O presidente preparou o terreno, afirmando no sábado à Rádio Mitre argentina que o papa "é o argentino mais importante da história" e disse esperar ter "um diálogo muito frutífero".
A audiência acontecerá em uma atmosfera carregada pelos ataques anteriores de Milei ao papa. O dirigente chegou a acusá-lo durante sua campanha, em setembro passado, de "interferência política".
Jorge Mario Bergoglio e o novo presidente, no entanto, encenaram a paz nos últimos meses, o primeiro com um telefonema de felicitações após a vitória eleitoral em novembro, e o segundo com uma carta-convite para visitar a Argentina, na qual afirmava que a visita de Francisco "trará frutos de pacificação e fraternidade a todos os argentinos, ansiosos por superar divisões e confrontos".
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Ao longo do seu papado, Francisco criticou os excessos e as desigualdades geradas pelo liberalismo, enquanto Milei, um economista ultraliberal de extrema direita que tomou posse em 10 de dezembro e governa em minoria, está empenhado em uma política privatizadora e desregulamentadora.
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Uma visita pendente
O papa Francisco, jesuíta e ex-arcebispo de Buenos Aires, não visita o seu país natal desde que foi eleito chefe da Igreja Católica em 2013, e o seu desejo de fazê-lo este ano será uma das grandes questões que pairarão sobre a reunião de segunda-feira.
Em entrevista ao Vatican News, o atual arcebispo de Buenos Aires, Jorge Ignacio García Cuerva, expressou sua impaciência em ver Francisco na Argentina, cuja visita seria "o encontro do pastor com seu povo".
Embora também tenha reconhecido as suspeitas políticas em torno de uma figura cujas declarações e omissões são acompanhadas de perto em seu país: "às vezes, nós, argentinos, não deixamos Bergoglio ser Francisco e o colocamos na lama de nossas discussões".
"Esperamos que o presidente o convença e teremos isso' este ano na Argentina, disse o ministro do Interior, Guillermo Francos, que acompanha Milei na visita a Roma e ao Vaticano, à rádio Mitre.
Jesuitismo e direitos humanos
María Antonia de Paz y Figueroa, recentemente canonizada depois de lhe ter sido atribuído um segundo milagre, era uma leiga consagrada que lutou para difundir os exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola justamente quando a Companhia de Jesus, da qual provém o papa, havia sido expulsa dos domínios da coroa hispânica pelo rei Carlos III.
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