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Os países meridionais da União Europeia, entre eles os turísticos França, Espanha e Itália, pediram nesta segunda-feira (27) que o turismo não fosse deixado de lado no plano de reconstrução pós-coronavírus, quando a pandemia deixa dúvidas quanto ao período do verão europeu.
"Em nossos países, o turismo é uma indústria estratégica", ressaltaram em uma nota em comum Espanha, França, Itália, Portugal, Grécia, Malta, Chipre, Romênia e Bulgária, que pedem um "forte apoio" ao setor durante o plano de recuperação.
O pedido, divulgado durante uma reunião de ministros europeus do turismo, foi feito dias antes da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,apresentar o seu plano para tirar o bloco de uma profunda recessão projetada para este ano por causa do vírus.
O turismo representa mais de 10% do PIB da UE e quase 12% de emprego, segundo esses países. Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a "dependência" desse setor agravará o impacto do vírus às economias da Espanha, Itália e Grécia.
A pandemia culminará, por exemplo, em 45 milhões menos turistas e uma perda de £ 30 bilhões de lucro para os estabelecimentos costeiros italianos, segundo comunicado da federação do setor, Federbalneari.
Para 2020, o FMI prevê uma contração de 7,1% no PIB dos 27 países da UE, e de 7,5% nos 19 países da zona do euro, embora a recessão seja maior em alguns países que foram mais castigados pelo vírus: Itália, com -9,1%, e Espanha, com -8%.
Os nove países pedem para que se destinem fundos para empresas e trabalhadores, além de auxiliar na situação das regiões ultraperiféricas onde o turismo é chave, assim como um protocolo homogêneo para garantir uma mobilidade segura no bloco.
Enquanto a maioria dos países se prepara para levantar as medidas impostas para conter a propagação do coronavírus, que fechou bares e comércios, e limitou drasticamente as viagens, a incerteza paira sobre as férias no verão boreal.
- Destino Europa -
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, cujos cidadãos são frequentadores das praias do Mediterrâneo no verão, alertou no último domingo ao jornal Bild am Sontag sobre uma "corrida" da UE para autorizar as viagens turísticas.
Enquanto a Áustria estuda uma possível reabertura para turistas alemães e tchecos, o chefe da diplomacia alemã estimou que o turismo poderia colocar em jogo os esforços para conter a COVID-19, que já matou mais de 125.000 pessoas na Europa.
Na Grécia, onde o turismo representa 12% do PIB, o ministro desse setor, Harry Theoharis, recentemente informou que a temporada se limitaria a julho, agosto e setembro, embora considerem estendê-la, se possível.
"Devemos coordenar, inclusive na questão de propaganda. Precisamos promover a Europa como o destino (turístico) que é, evitando uma guerra de destinos (entre países) da UE", disse depois da reunião o secretário de Estado francês, Jean-Baptiste Lemoyne, à AFP.
Numa época em que as fronteiras externas da UE ainda estão fechadas e o vírus atinge os países do bloco de maneira desigual, a recuperação turística é vista de forma "nacional", ressaltou Lemoyne, que considera que atualmente a "saúde comanda".
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O turismo representa mais de 10% do PIB da UE e quase 12% de emprego, segundo esses países. Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a "dependência" desse setor agravará o impacto do vírus às economias da Espanha, Itália e Grécia.
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