Nesta quarta-feira (14), o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, alertou a Europa que não pode avançar sozinha para a sua defesa. "A União Europeia não pode defender a Europa. 80% das despesas de defesa da OTAN provêm de aliados da aliança que não são da UE", reconheceu Stoltenberg, que se referia a outros membros como os Estados Unidos, o Canadá, a Turquia, a Noruega e a Islândia.
 
“Se olharmos para o mapa, é óbvio que todos estes países, aliados não pertencentes à UE, são vitais para a proteção da Europa", assegurou.
 
Mas, Stoltenberg, anunciou hoje um forte aumento dos gastos militares dos integrantes do grupo, após ameaças de Trump aos países com atrasos em suas contribuições. “Este ano, espero que 18 aliados gastem 2% do PIB em defesa. Se trata de outra cifra recorde e seis vezes maior que em 2014, quando somente três aliados cumpriram com o objetivo” disse.
 
As declarações de Stoltenberg surgem depois do ex-presidente dos EUA e principal candidato do partido Republicano nas eleições presidenciais deste ano, Donald Trump, ter sido fortemente criticado pelos líderes do Ocidente apos dizer que os EUA não defenderiam os integrantes da OTAN que não gastassem o suficiente em defesa e até encorajariam a Rússia a atacá-los. Trump ainda sugeriu que incentivará Moscou a "fazer o que quiser com eles".
 
Jens Stoltenberg ainda enfatizou que nenhum Estado-membro da Aliança militar deve deixar margem para mal-entendidos no Kremlin. Além disso, muitos políticos do bloco europeu afirmaram que os comentários de Trump devem ser um estímulo para a Europa fazer mais para se poder defender.
 
O presidente norte-americano, Joe Biden, também se pronunciou e considerou como "vergonhoso" o comentário de Trump sobre a Aliança Atlântica. "É tolo. É vergonhoso. É perigoso. É antiamericano. Quando Trump olha para a OTAN, ele não vê uma aliança que protege os EUA e o mundo. Ele vê uma fraude", acusou Biden.