A ONU reiterou nesta terça-feira que as colônias israelenses em territórios palestinos violam o direito internacional, observando que o fato de os Estados Unidos terem decidido considerá-las legais não tem qualquer impacto.
"Uma mudança na posição política de um Estado não modifica o direito internacional existente, nem sua interpretação pelo Tribunal Internacional de Justiça e pelo Conselho de Segurança", disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.
O escritório de direitos humanos "continuará a seguir a posição de longa data das Nações Unidas de que os assentamentos israelenses violam o direito internacional", disse Colville aos repórteres.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na segunda-feira que, após várias consultas, Washington concluiu que as colônias israelenses na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental "não são contrárias ao direito internacional".
A decisão coloca Washington em desacordo com praticamente todos os países e com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que declaram que os assentamentos são ilegais à medida que são construídos em terras ocupadas.
Embora a colonização de Israel na Cisjordânia e Jerusalém Oriental seja realizada por todos os governos israelenses desde 1967, nos últimos anos se acelerou com o impulso do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu aliado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Atualmente, mais de 600.000 israelenses coexistem em conflito com cerca de três milhões de palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel.