TECNOLOGIA

Nesta quarta-feira (6), a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o fato de as eleições previstas em mais de 70 países no próximo ano serem as primeiras "na era da Inteligência Artificial (IA) generativa amplamente disponível", o que eleva ainda mais o risco de desinformação e seu uso indevido.
 
"No próximo ano, estão previstas eleições em mais de 70 países, abrangendo metade da população mundial. Estas eleições serão as primeiras na era da Inteligência Artificial generativa amplamente disponível. Existem riscos óbvios de uma propaganda e desinformação invulgarmente poderosas serem produzidas à escala por um conjunto crescente de atores", advertiu Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos.

 Na conferência de imprensa em Genebra, Suíça, por ocasião do 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se assinala no dia 10 de dezembro, Türk também ressaltou que será mais importante do que nunca garantir que os Estados e as empresas de tecnologia possam responder aos conteúdos nocivos em linha, de um modo que defenda os nossos direitos à informação, o nosso direito ao debate, de forma aberta e livre. “Os direitos humanos devem ser utilizados como guia para combater o discurso nocivo que discrimina e incita à violência. No período pré-eleitoral é particularmente importante garantir que os direitos à liberdade de expressão, de reunião pacífica, de associação e de participação política sejam plenamente respeitados", apontou. 
 
O alto comissário das Nações Unidas ainda afirmou que infelizmente os períodos pré-eleitorais são muitas vezes terreno fértil para o extremismo, o fomento dos medos, a retórica do ódio e a política da divisão, da distração e do engano. “Exorto os líderes políticos a se absterem de semear o medo do ‘outro’, criando divisões e instrumentalizando as diferenças para ganhar votos", disse Türk.