Nesta quarta-feira (17), seis organizações não-governamentais (ONG) que atuam na proteção de crianças comunicaram que oito milhões de crianças correm risco de morrer de fome em pelo menos 15 países, a maioria dos quais na África, além também do Afeganistão e Iémen. "Se não atuarmos agora, as consequências desta crise de fome terão repercussões devastadoras, na vida, na saúde, na nutrição, na educação, na proteção e na sobrevivência dos meninos e das meninas. A crise é sem precedentes", declarou Inger Ashing, diretora da organização Save the Children.
 
A nota emitida em conjunto pelas ONGs alerta que a comunidade internacional tem a responsabilidade coletiva de garantir que se tomam medidas urgentes para evitar a morte de centenas de milhares de meninos e meninas que vivem entre os 50 milhões de pessoas com condições de vida catastróficas e em situação de fome aguda. "As nossas organizações, que trabalham diretamente com estas famílias e com as comunidades de todo o mundo, testemunham diariamente os efeitos devastadores dos conflitos, da crise climática, da Covid-19 e das consequências da guerra da Ucrânia", disse Ashing.
 
Além disso, a dirigente da Save the Children ONG acrescentou que o perigo é  maior ainda para as meninas, que podem ser obrigadas a contrair casamento em idade infantil, a gravidezes precoces, abandono escolar e exploração sexual.
 
EUA irão doar trigo a países africanos
 
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) informou hoje a compra de trigo da Ucrânia para o programa da Organização das Nações Unidas (ONU) de combate à fome nos países pobres, que será distribuído através do Programa Alimentar Mundial da entidade. A USAID explicou que as 150 mil toneladas de trigo, que correspondem a 68 milhões de dólares (66,8 milhões de euros), serão entregues a países que sofrem de fome severa e subnutrição, sobretudo no Nordeste Africano, uma região que vem sendo atingida por uma seca histórica.
 
O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também apelou a todos as nações mundiais para aumentarem a ajuda humanitária e o desenvolvimento dos países mais pobres, bem como para apoiarem os esforços de segurança alimentar e aliviarem as restrições comerciais. "Trabalhando juntos, podemos garantir a segurança alimentar global", apontou Blinken.