As mudanças climáticas causadas por atividades humanas tiveram papel definitivo nos recordes de temperaturas máximas atingidas em vários países da Europa no final de julho.
 
 
Os recordes nacionais de calor quebrados na Bélgica, Alemanha, Holanda e Reino Unido foram de 1,5 a 3 ºC mais intensos e de cinco a cem vezes mais prováveis de ocorrer por conta do fenômeno do aquecimento global, causado pela emissão de gases-estufa.
 
A conclusão é de um estudo do grupo World Weather Attribution, que reúne cientistas de instituições como o instituto de meteorologia da Holanda e a universidade de Oxford, da Inglaterra, a partir de dados de estações meteorológicas e estimativas calculadas com oito modelos matemáticos.
 
Em todos os países analisados, as temperaturas máximas atingidas durantes as ondas de calor seriam entre 1,5 a 3ºC mais baixas caso não houvesse o fenômeno do aquecimento global. Na Bélgica e na Holanda, os termômetros passaram dos 40ºC pela primeira vez.
 
Já a probabilidade de ocorrência, que varia conforme a região e o modelo climático utilizado, foi de cinco até cem vezes maior por conta do aquecimento global. Na França, os recordes de temperatura foram até cem vezes mais prováveis. O período de retorno das ondas de calor na região é de mais de mil anos, em condições normais.
 
Já no Reino Unido, as ondas de calor são menos raras. No clima atual, elas têm voltado a ocorrer aproximadamente a cada dez anos. Em um clima sem a influência do aquecimento global, a estimativa do período de retorno varia de 50 a 100 anos. O evento extremo passou a ser de cinco a dez vezes mais provável no país.
 
"A onda de calor do final de julho de 2019 foi tão extrema na Europa ocidental que as magnitudes observadas seriam extremamente improváveis sem a mudança climática induzida pelo homem", conclui o estudo.