Uma autoridade sênior de saúde de Botsuana disse que 16 de um total de 19 casos da variante Ômicron do coronavírus detectados no país foram assintomáticos, e afirmou ser "injusto" tratar o país como marco zero da nova variante.

Pamela Smith-Lawrence, diretora de saúde em exercício do Ministério da Saúde e Bem-Estar de Botsuana, disse à agência de notícias Reuters, em entrevista, que 19 pessoas infectadas com a nova variante em sua maioria testaram negativo para a covid-19 - ou seja, estão recuperadas.

Enquanto 16 pessoas foram assintomáticas, as três restantes apresentaram sintomas "muito, muito leves".

Botsuana anunciou na sexta-feira (26) que o país estava investigando certas mutações do coronavírus que foram encontradas em quatro estrangeiros que estavam no país em missão diplomática. Desde então, o país notificou outros 15 casos da nova linhagem, elevando o total para 19.

Origem da Ômicron
Embora ainda não esteja estabelecido onde a Ômicron surgiu pela primeira vez, em 25 de novembro a África do Sul, seguida por Botsuana um dia depois, anunciou que havia detectado uma nova variante cujas mutações eram diferentes da variante Delta, até então a cepa dominante.

Isso levou vários países europeus e asiáticos a adotarem restrições imediatas a viagens aéreas em países da África Austral, uma decisão criticada tanto pela África do Sul quanto por Botsuana.

"Infelizmente... os dedos agora apontam para Botsuana para dizer que isso (a variante) se originou em Botsuana, ou é uma variante de Botsuana, o que considero bastante injusto e desnecessário neste momento", disse Pamela, acrescentando que 14 das 19 pessoas até agora detectadas com a variante eram cidadãos estrangeiros. Ela se recusou a dizer as nacionalidades dos cidadãos ou de onde eles haviam chegado.