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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi direto ao analisar a mudança de cenário: “O mundo como conhecíamos não existe mais”. Em artigo publicado no Sunday Telegraph, Starmer afirmou que o Reino Unido está preparado para usar políticas industriais ativas a fim de proteger os interesses nacionais diante do novo contexto internacional. “Estamos prontos para usar a política industrial para proteger os negócios britânicos da tempestade”, escreveu.
Como funcionam as novas tarifas
Segundo informações da Casa Branca, as tarifas foram calculadas com base no déficit comercial bilateral dos EUA. No caso da China, por exemplo, o déficit de US$ 295 bilhões sobre um volume de importações de US$ 440 bilhões resulta em uma diferença de 67% — número que aparece na primeira coluna da tabela divulgada por Trump. A tarifa aplicada equivale à metade disso: 34%.
Esse cálculo resultou em taxas de até 54% para alguns países. Vietnã, por exemplo, enfrenta 46%. A maioria dos países, como o Reino Unido, está sujeita à tarifa mínima de 10%, mas ainda tenta negociar isenções com Washington.
A corrida por acordos e retaliações
O ministro da Fazenda britânico, Darren Jones, declarou à BBC que o governo está desapontado com as tarifas, mas focado em negociar com os Estados Unidos. “Queremos identificar os pontos de fricção no comércio e superá-los para melhorar as relações”, disse.
Diversos países reagiram de forma distinta. O Canadá, por exemplo, anunciou retaliações equivalentes — incluindo uma tarifa de 25% sobre veículos americanos. A China planeja impor mais 34% sobre produtos dos EUA a partir de 10 de abril. Por outro lado, a Indonésia optou por não retaliar e seguirá por um caminho diplomático.
Israel, atingido por uma tarifa de 17% mesmo após suspender taxas para importações americanas, enviará o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Washington para tentar negociar uma redução. Já Taiwan anunciou um pacote de apoio de mais de US$ 2,6 bilhões para empresas afetadas.
O impacto econômico imediato
A medida provocou turbulência nos mercados. Bolsas europeias e americanas registraram quedas significativas, enquanto a fabricante de veículos Jaguar Land Rover suspendeu embarques aos Estados Unidos em resposta à tarifa de 25% sobre automóveis. Fabricantes britânicos também demonstraram preocupação com a possibilidade de que produtos destinados aos EUA sejam redirecionados para o mercado europeu a preços reduzidos, desestabilizando a concorrência local.
Dois países não foram afetados pelas novas tarifas: Rússia e Irã. No caso russo, o jornal estatal Izvestia considerou o gesto um “sinal de normalização”. A Casa Branca, porém, afirmou que as sanções existentes contra Moscou já limitam o comércio bilateral, tornando desnecessárias tarifas adicionais. O Irã, cuja troca comercial com os EUA é quase inexistente desde a Revolução de 1979, também sentirá pouco impacto.
A guinada protecionista de Trump
Para o editor econômico da BBC, Faisal Islam, a decisão de Trump representa uma nova “muralha econômica” construída para proteger o emprego e a indústria americana. “Trump virou as costas para a globalização, que por décadas foi sustentáculo da economia dos EUA”, escreveu. A adoção de tarifas generalizadas marca o rompimento com os princípios que regeram o comércio mundial desde o pós-guerra.
Mesmo com protestos em massa nos Estados Unidos — os maiores desde seu retorno ao poder —, o presidente manteve sua retórica agressiva: “Aguentem firme. O resultado final será histórico”, disse Trump à população.
Durante um debate com o vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, Elon Musk, conselheiro próximo de Trump, afirmou esperar por uma “situação de tarifa zero” entre Estados Unidos e Europa. Defendeu também maior liberdade de circulação entre os continentes, mas criticou as regulações europeias, que classificou como “sufocantes” para os negócios.
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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi direto ao analisar a mudança de cenário: “O mundo como conhecíamos não existe mais”. Em artigo publicado no Sunday Telegraph, Starmer afirmou que o Reino Unido está preparado para usar políticas industriais ativas a fim de proteger os interesses nacionais diante do novo contexto internacional. “Estamos prontos para usar a política industrial para proteger os negócios britânicos da tempestade”, escreveu.
Como funcionam as novas tarifas
Segundo informações da Casa Branca, as tarifas foram calculadas com base no déficit comercial bilateral dos EUA. No caso da China, por exemplo, o déficit de US$ 295 bilhões sobre um volume de importações de US$ 440 bilhões resulta em uma diferença de 67% — número que aparece na primeira coluna da tabela divulgada por Trump. A tarifa aplicada equivale à metade disso: 34%.
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A corrida por acordos e retaliações
O ministro da Fazenda britânico, Darren Jones, declarou à BBC que o governo está desapontado com as tarifas, mas focado em negociar com os Estados Unidos. “Queremos identificar os pontos de fricção no comércio e superá-los para melhorar as relações”, disse.
Diversos países reagiram de forma distinta. O Canadá, por exemplo, anunciou retaliações equivalentes — incluindo uma tarifa de 25% sobre veículos americanos. A China planeja impor mais 34% sobre produtos dos EUA a partir de 10 de abril. Por outro lado, a Indonésia optou por não retaliar e seguirá por um caminho diplomático.
Israel, atingido por uma tarifa de 17% mesmo após suspender taxas para importações americanas, enviará o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Washington para tentar negociar uma redução. Já Taiwan anunciou um pacote de apoio de mais de US$ 2,6 bilhões para empresas afetadas.
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A medida provocou turbulência nos mercados. Bolsas europeias e americanas registraram quedas significativas, enquanto a fabricante de veículos Jaguar Land Rover suspendeu embarques aos Estados Unidos em resposta à tarifa de 25% sobre automóveis. Fabricantes britânicos também demonstraram preocupação com a possibilidade de que produtos destinados aos EUA sejam redirecionados para o mercado europeu a preços reduzidos, desestabilizando a concorrência local.
Dois países não foram afetados pelas novas tarifas: Rússia e Irã. No caso russo, o jornal estatal Izvestia considerou o gesto um “sinal de normalização”. A Casa Branca, porém, afirmou que as sanções existentes contra Moscou já limitam o comércio bilateral, tornando desnecessárias tarifas adicionais. O Irã, cuja troca comercial com os EUA é quase inexistente desde a Revolução de 1979, também sentirá pouco impacto.
A guinada protecionista de Trump
Para o editor econômico da BBC, Faisal Islam, a decisão de Trump representa uma nova “muralha econômica” construída para proteger o emprego e a indústria americana. “Trump virou as costas para a globalização, que por décadas foi sustentáculo da economia dos EUA”, escreveu. A adoção de tarifas generalizadas marca o rompimento com os princípios que regeram o comércio mundial desde o pós-guerra.
Mesmo com protestos em massa nos Estados Unidos — os maiores desde seu retorno ao poder —, o presidente manteve sua retórica agressiva: “Aguentem firme. O resultado final será histórico”, disse Trump à população.
Durante um debate com o vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, Elon Musk, conselheiro próximo de Trump, afirmou esperar por uma “situação de tarifa zero” entre Estados Unidos e Europa. Defendeu também maior liberdade de circulação entre os continentes, mas criticou as regulações europeias, que classificou como “sufocantes” para os negócios.