Manifestantes palestinos e soldados israelenses voltaram a se enfrentar nesta sexta-feira (6) perto do muro que separa a Faixa de Gaza e Israel. Autoridades do departamento de saúde de Gaza afirmaram que 7 palestinos morreram e mais de 1.000 ficaram feridos.
Com o anúncio das mortes desta sexta, já passa de 29 o número de palestinos mortos nesta região desde a semana passada.
Centenas de palestinos se reuniram em diferentes lugares ao longo da fronteira de Gaza nesta sexta. No início da manhã, palestinos incendiaram pneus e lançaram pedras nos soldados israelenses, que responderam com gás lacrimogêneo e tiros, segundo a France Presse.
O ministério da Saúde de Gaza afirmou que dentre os 1.070 feridos nesta sexta, há 12 mulheres e 48 menores. Além disso, 293 foram vítimas de fogo e 25 estão em condições sérias.
Uma das vítimas desta sexta foi um homem de 29 anos que morreu em Khan Younis, cidade do sul de Gaza, segundo a Reuters.
Onda de protestos
Esse é o 2º confronto desde a convocação, feita pela sociedade civil e apoiada pelo Hamas, de seis semanas de manifestações contra o bloqueio fronteiriço do enclave palestino. Os palestinos participam da "marcha do retorno", para exigir o "direito de retorno" de cerca de 700 mil palestinos expulsos de suas terras, ou que fugiram durante a guerra que se seguiu à criação de Israel em 14 de maio de 1948.
Israel já acusou o grupo militante islâmico de usar os protestos como cobertura para atacar a sua fronteira e declarou que aqueles que se aproximam da cerca colocam suas vidas em risco.
Na última sexta (30), confrontos deixaram 19 mortos e mais de 1,1 mil palestinos feridos. O Exército israelense afirmou que o conflito começou quando palestinos se aproximaram da cerca na fronteira de Israel. O Ministério de Saúde de Gaza, por sua vez, culpou soldados israelenses por atirar em dois agricultores palestinos de Khan Yunis, matando um deles.
O clima de tensão tem aumentado na região. Em meados de maio, deve se concretizar a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém, após o presidente Donald Trump reconhecer que a cidade é a capital do estado de Israel – medida que desagradou profundamente os palestinos. Em maio também completará 70 anos da criação do estado de Israel.