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Nova York quer implementar a primeira tarifa de circulação de veículos nos Estados Unidos, mas a medida enfrenta uma dura oposição, inclusive por parte dos motoristas dos icônicos táxis amarelos da cidade.
Parecido com o que se faz há tempos em Londres e em Singapura, o plano pretende melhorar a qualidade do ar na "Big Apple", descongestionando as engarrafadas ruas de Manhattan.
Também busca aumentar a receita essencial para modernizar um sistema de metrô em ruínas usado por cerca de quatro milhões de nova-iorquinos todos os dias.
Prevista para entrar em vigor em 2024, a medida já foi contestada na Justiça, o que expõe a dificuldade de se tributar os motoristas em um país onde o carro é o rei do transporte.
As autoridades insistem em que a cobrança da taxa ajudará o meio ambiente, ao reduzir a poluição, e tornará o tráfego na agitada cidade mais eficiente, reduzindo o tempo de deslocamento.
"A tarifa de congestionamento é uma oportunidade geracional", disse John McCarthy, porta-voz da Autoridade de Transporte Metropolitano de Nova York (MTA).
O plano pretende cobrar dos motoristas por circularem abaixo da rua 60 na ilha de Manhattan, uma área que abrange os bairros financeiros de Midtown e Wall Street.
A MTA ainda não definiu as tarifas, mas estuda cobrar US$ 23 (em torno de R$ 112, na cotação atual) por circular nos horários do "rush", e US$ 17 (R$ 83), para os momentos de menos fluxo.
E isso incomoda muitos. O motorista de táxi Wein Chin está preocupado com o fato de que a tarifa, que os motoristas repassariam aos clientes, resultaria em menos viagens. O motorista ganha entre US$ 300 e US$ 400 por semana (R$ 1.470 e R$ 1.960) e já está tendo problemas para pagar um empréstimo de US$ 170.000 (R$ 833 mil). A quantia foi usada para tirar sua carteira de motorista.
"Não sei se conseguiria sobreviver, pagando a hipoteca e sustentando uma família", disse à AFP o homem de 55 anos, que emigrou de Mianmar para os Estados Unidos em 1987.
A Aliança de Trabalhadores de Táxi de Nova York, um sindicato que representa 21.000 taxistas, calcula que essa cobrança pode significar uma perda de renda para os motoristas de US$ 8.000 por ano (R$ 39, 2 mil). Seus filiados saíram às ruas nas últimas semanas para exigir a isenção da cobrança da taxa.
O presidente do sindicato, Bhairavi Desai, disse que a taxa pode significar uma sentença de morte para alguns profissionais já atingidos nos últimos anos por uma onda de motoristas do Uber e pela pandemia da covid-19.
Emissões
As autoridades propuseram descontos para contemplar os nova-iorquinos de baixa renda. Cerca de 700.000 veículos entram na zona de pedágio proposta todos os dias, com carros trafegando a uma média de 11 km/h, devido aos engarrafamentos, segundo as autoridades.
A iniciativa da MTA pretende reduzir em 10% o tráfego diário e, portanto, as emissões de dióxido de carbono. As autoridades citam estudos que indicam que, no centro de Londres, as emissões de CO2 caíram 20% após a introdução de uma tarifa similar em 2003.
“Sabemos que a poluição dos veículos é uma das principais causas da crise climática que prejudica tanto nosso planeta quanto nossa saúde”, declarou Tim Donaghy, da ONG Greenpeace.
Este projeto levou anos para ser criado em Nova York. O magnata Michael Bloomberg propôs um pedágio em 2007, quando era prefeito pelo Partido Democrata (2002-2017), mas foi somente em 2019 que os legisladores locais finalmente chegaram a um acordo.
O governo federal americano deu sinal verde para a proposta em junho deste ano, e as diferentes autoridades locais se comprometeram a introduzir o imposto na primavera (outono no Brasil) de 2024.
Mas o estado vizinho de Nova Jersey respondeu processando o governo, alegando que o plano representaria um fardo financeiro injusto para aqueles que precisam dirigir até Manhattan para trabalhar. Esse estado também se opõe a que seus moradores tenham de pagar pela melhoria do sistema de metrô de Nova York.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, acredita que o processo de Nova Jersey não impedirá que a taxa seja promovida.
O MTA estima que as novas tarifas vão gerar em torno de US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões na cotação atual) por ano para melhorias no sistema de transporte.
"É uma vitória completa para o transporte público, o trânsito e o meio ambiente", disse à AFP o porta-voz do grupo de defesa do transporte público Riders Alliance, Danny Pearlstein.
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Nova York quer implementar a primeira tarifa de circulação de veículos nos Estados Unidos, mas a medida enfrenta uma dura oposição, inclusive por parte dos motoristas dos icônicos táxis amarelos da cidade.
Parecido com o que se faz há tempos em Londres e em Singapura, o plano pretende melhorar a qualidade do ar na "Big Apple", descongestionando as engarrafadas ruas de Manhattan.
Também busca aumentar a receita essencial para modernizar um sistema de metrô em ruínas usado por cerca de quatro milhões de nova-iorquinos todos os dias.
Prevista para entrar em vigor em 2024, a medida já foi contestada na Justiça, o que expõe a dificuldade de se tributar os motoristas em um país onde o carro é o rei do transporte.
As autoridades insistem em que a cobrança da taxa ajudará o meio ambiente, ao reduzir a poluição, e tornará o tráfego na agitada cidade mais eficiente, reduzindo o tempo de deslocamento.
"A tarifa de congestionamento é uma oportunidade geracional", disse John McCarthy, porta-voz da Autoridade de Transporte Metropolitano de Nova York (MTA).
O plano pretende cobrar dos motoristas por circularem abaixo da rua 60 na ilha de Manhattan, uma área que abrange os bairros financeiros de Midtown e Wall Street.
A MTA ainda não definiu as tarifas, mas estuda cobrar US$ 23 (em torno de R$ 112, na cotação atual) por circular nos horários do "rush", e US$ 17 (R$ 83), para os momentos de menos fluxo.
E isso incomoda muitos. O motorista de táxi Wein Chin está preocupado com o fato de que a tarifa, que os motoristas repassariam aos clientes, resultaria em menos viagens. O motorista ganha entre US$ 300 e US$ 400 por semana (R$ 1.470 e R$ 1.960) e já está tendo problemas para pagar um empréstimo de US$ 170.000 (R$ 833 mil). A quantia foi usada para tirar sua carteira de motorista.
"Não sei se conseguiria sobreviver, pagando a hipoteca e sustentando uma família", disse à AFP o homem de 55 anos, que emigrou de Mianmar para os Estados Unidos em 1987.
A Aliança de Trabalhadores de Táxi de Nova York, um sindicato que representa 21.000 taxistas, calcula que essa cobrança pode significar uma perda de renda para os motoristas de US$ 8.000 por ano (R$ 39, 2 mil). Seus filiados saíram às ruas nas últimas semanas para exigir a isenção da cobrança da taxa.
O presidente do sindicato, Bhairavi Desai, disse que a taxa pode significar uma sentença de morte para alguns profissionais já atingidos nos últimos anos por uma onda de motoristas do Uber e pela pandemia da covid-19.
Emissões
As autoridades propuseram descontos para contemplar os nova-iorquinos de baixa renda. Cerca de 700.000 veículos entram na zona de pedágio proposta todos os dias, com carros trafegando a uma média de 11 km/h, devido aos engarrafamentos, segundo as autoridades.
A iniciativa da MTA pretende reduzir em 10% o tráfego diário e, portanto, as emissões de dióxido de carbono. As autoridades citam estudos que indicam que, no centro de Londres, as emissões de CO2 caíram 20% após a introdução de uma tarifa similar em 2003.
“Sabemos que a poluição dos veículos é uma das principais causas da crise climática que prejudica tanto nosso planeta quanto nossa saúde”, declarou Tim Donaghy, da ONG Greenpeace.
Este projeto levou anos para ser criado em Nova York. O magnata Michael Bloomberg propôs um pedágio em 2007, quando era prefeito pelo Partido Democrata (2002-2017), mas foi somente em 2019 que os legisladores locais finalmente chegaram a um acordo.
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A governadora de Nova York, Kathy Hochul, acredita que o processo de Nova Jersey não impedirá que a taxa seja promovida.
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