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Netanyahu afirmou que pretende tomar o controle da Faixa de Gaza, na última quinta-feira, ao canal norte-americano Fox News. Decisão foi criticada por diversos países, organismos multilaterais e pela opinião pública global. Especialistas avaliaram como a medida do primeiro-ministro israelense refletiu pelo mundo
"Essa atitude enfraquece Netanyahu no cenário internacional, pois contribui para o isolamento dele e de Israel", afirma o pesquisador e professor de relações internacionais da USP, Pedro Costa Junior. Outros especialistas destacaram ao UOL que a medida acentua o desgaste da imagem de Israel no mundo e contraria princípios do direito internacional.
"A percepção internacional é de uma ocupação prolongada em meio a uma grave crise humanitária... Isso prejudica a imagem de Netanyahu no exterior, restringindo sua margem de manobra, especialmente junto a parceiros europeus e organismos internacionais como a ONU", afirmou Karina Stange, professora de relações internacionais da Ibemec.
"A decisão de Netanyahu de tomar o controle de Gaza vai contra o direito internacional, pois fere princípios como a soberania e a autodeterminação dos povos... A imagem do país está cada vez mais abalada, inclusive afetando o respeito e a empatia que Israel conquistou historicamente, especialmente após o Holocausto. Mesmo que Netanyahu deixe o poder, o desgaste na imagem internacional já está feito e será difícil de reverter", disse Pedro Costa Junior.
"Netanyahu prioriza a sobrevivência de seu governo mesmo que isso gere isolamento internacional", afirma o professor de relações internacionais da USP, Kai Enno Lehmann. Segundo o professor, a decisão faz sentido para o primeiro-ministro no curto prazo, pois ajuda a manter o apoio dos partidos que formam seu governo, especialmente os grupos de direita que querem uma atitude firme em Gaza.
"É possível que essa decisão vá a isolar Israel ainda mais, mas eu não acho que Netanyahu nesse momento se preocupe com isso. Ele não está nem aí para a aceitação internacional. Ele mira a própria sobrevivência política", disse Kai Enno Lehmann.
"Essa decisão internacionalmente tem sido muito condenada, inclusive por aliados tradicionais como a Alemanha, como o Reino Unido e vários outros países", afirma Lehmann. Mesmo com a evidente reprovação da maioria dos países, Israel ainda conta com o apoio de "aliados-chave, como os Estados Unidos, que mantêm uma posição de apoio ou ambivalência", de acordo com o professor de relações internacionais da UFF, Vitelio Brustolin.
"70% da população de Israel seria favorável ao fim da guerra com a restituição dos reféns. Já tem muitas pesquisas mostrando isso, protestos nas ruas de Israel. Teve até o posicionamento de um general de Israel, que é comandante do Estado-Maior, conjunto de Israel, se opondo a ocupação da cidade de Gaza, e isso repercutiu muito internacionalmente. A Alemanha parou de vender material bélico que o Israel possa usar em Gaza, mas os Estados Unidos continuam reforçando a aliança, especialmente a aliança Trump-Netanyahu", disse Vitelio Brustolin.
"Nos Estados Unidos, o apoio estratégico ainda existe, mas com sinais crescentes de desconforto em relação ao custo humanitário da operação", disse Karina Stange.
"Num primeiro momento houve um apoio e uma solidariedade quase que unânime a Israel por parte da comunidade internacional logo após os atentados de outubro", diz Pedro Costa. O professor afirma que o apoio dado a Israel vem diminuindo devido aos constantes ataques a Gaza.
"Quando vieram os atentados de outubro do Hamas, Israel estava com um capital político na sua mão. Com a legitimidade e o capital político de quem sofreu um ataque terrorista e condenável, que deixou mais de mil mortos. A partir daí, eles começaram a queimar esse capital de uma maneira irreversível", disse Pedro Costa Junior, Cientista Político, Professor de Relações Internacionais e Pesquisador da USP.
NETANYAHU DEU CINCO CONDIÇÕES PARA ACABAR COM A GUERRA EM GAZA
Forças de Defesa querem ter o controle da segurança na Faixa de Gaza, o desarmamento do Hamas e a desmilitarização do enclave. As demandas foram divulgadas pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na última sexta-feira, após uma reunião sobre os próximos passos militares na região.
O governo israelense também quer a destituição do governo palestino, entregando o comando da região a um "governo civil alternativo". Neste ponto da demanda, há um veto explícito à presença do grupo extremista Hamas e da Autoridade Palestina no governo de Gaza.
Outro requerimento do exército é de que os 50 reféns que estão em Gaza sejam devolvidos a Israel. A inteligência de Israel acredita que 20 reféns que foram abduzidos em 7 de outubro de 2023 continuem vivos, um deles apareceu muito magro e pedindo ajuda em um vídeo divulgado pelo Hamas no fim de semana.
Hamas afirma que Israel comete "crime de guerra" e não se importa com reféns. Em comunicado, o grupo extremista também afirmou que está disposto a fazer acordo de cessar-fogo, versão que é contestada por Israel e Estados Unidos.
Cidade de Gaza tem a maior população da região, com 800 mil moradores, e faz parte dos 25% ainda não ocupados pelo exército. A ocupação total do local por parte das forças israelenses deve deslocar a maioria dos moradores, segundo projeções de especialistas e de organizações humanitárias.
Anúncio sobre tomada total da capital foi feito após reunião do gabinete de segurança do país, que durou 10 horas. A cúpula militar de Israel se reuniu enquanto familiares de reféns protestavam, afirmando que a escalada da ocupação seria uma "sentença de morte" para os israelenses que seguem em cativeiro no enclave desde 7 de outubro de 2023.
O futuro da população palestina no enclave, que sofre com a fome, é incerto. A região acumula mais de 60 mil mortos desde o início da guerra e vive uma grave crise humanitária intensificada pela falta de acesso a alimentos, com quase 200 mortos por fome e mais de 1.300 pessoas assassinadas tentando recolher alimentos.
Medida de Israel vai contra a pressão internacional por um cessar-fogo. Os apelos internacionais foram reforçados por países como Inglaterra e França, que afirmaram que vão reconhecer o Estado Palestino se Israel não aceitar um acordo de trégua definitiva até setembro.
Egito, Reino Unido, China e Turquia se manifestaram contra o avanço. A Organização das Nações Unidas também alertou que a decisão de Israel vai contra os planos de cessar-fogo traçados nos 22 meses de guerra.
Faixa de Gaza não é o único território palestino da região. Além do enclave, com 2,4 milhões de habitantes, a região da Cisjordânia, com 3,4 milhões de pessoas, também é considerada um território palestino.
Guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, após ataque terrorista. O Hamas matou cerca de 2.000 israelenses em uma ação coordenada. Cerca de 250 reféns também foram levados para dentro do enclave. A estimativa de Israel é de que 50 sequestrados ainda estejam no enclave. Vinte deles estariam vivos, incluindo Evyatar David, 24, que apareceu esquelético em um vídeo divulgado pelo Hamas na última semana.
FOME MATA PALESTINOS E ISRAEL É ACUSADO DE GENOCÍDIO
Desde o início da guerra, 188 pessoas morreram por fome. A maioria das vítimas (94) são crianças, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza.
120 dos 188 mortos foram vitimados pela desnutrição após 20 de julho de 2025, quando a situação do país piorou. O enclave também contabiliza mais de 1.300 pessoas assassinadas tentando coletar ajuda humanitária.
Israel proibiu a entrada de alimentos em Gaza por dois meses e meio. A medida, tomada entre março e maio deste ano, após mais de 40 dias de cessar-fogo, foi uma "ferramenta de pressão" contra o Hamas, segundo o governo israelense.
Retomada da entrega de alimentos não foi feita de forma efetiva, segundo organizações. A ONU e a Unicef denunciaram que o fluxo de alimentos entrando pelas fronteiras do país não era suficiente para a população de mais de 2 milhões de pessoas. Com a pressão internacional, Israel autorizou o envio de ajuda aérea, também considerado insuficiente, e anunciou pausas de 10 horas por dia nos conflitos para distribuição de comida.
Denúncia de genocídio foi reforçada por grupos israelenses nesta semana. Um relatório publicado pela B'Tselem e pela Physicians for Human Rights aponta que Israel fez ataques "claros e intencionais" contra civis em Gaza somente por causa de sua identidade como palestinos, causando "danos graves e irreparáveis".
Israel nega o genocídio e afirma que suas ações em Gaza são motivadas por autodefesa. Governo de Netanyahu afirma que atua para impedir as ações "terroristas do Hamas". Em relação à fome em Gaza, o país afirma que a ONU tem dificultado a distribuição de alimentos e que o Hamas tem interceptado as entregas para prejudicar a população, informação que foi refutada por organizações internacionais e fontes militares.
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Faixa de Gaza não é o único território palestino da região. Além do enclave, com 2,4 milhões de habitantes, a região da Cisjordânia, com 3,4 milhões de pessoas, também é considerada um território palestino.
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