Em entrevista à Fox News, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não é muito importante o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky estar nas reuniões das negociações para a paz na Ucrânia.

Além disso, Trump afirmou que não acredita que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não queira alcançar a paz. “Putin não precisa fazer um acordo, porque se ele quisesse, ficaria com toda a Ucrânia. Estou cansado de ouvir que a guerra é culpa de Putin. Kiev não tem cartas para jogar e estou farto", enfatizou.

O líder norte-americano acrescentou também que foi uma perda de tempo a viagem do seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, à Kiev para alcançar um acordo para a exploração do minério ucraniano. "Teria sido preferível que ele não tivesse ido lá, desperdiçado tanto tempo. Uma viagem desperdiçada, uma viagem perigosa também, não gostei", disse, considerando ainda que Zelensky dificulta muito alcançar acordos.

Mas, na reunião de Zelensky com o enviado dos EUA Keith Kellogg, em Kiev, na quinta-feira (20), o líder ucraniano descreveu o encontro como produtivo e que o país está pronto para um acordo de investimento e segurança forte e eficaz com os Estados Unidos. “Relações sólidas entre a Ucrânia e os Estados Unidos beneficiam o mundo inteiro", apontou.
 
Entretanto, ambos não deram declaração conjunta à imprensa após a reunião por um pedido de Washington.

Trump ainda acusou na entrevista o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Starmer de não terem feito nada para acabar com a guerra. No entanto, Macron e Starmer deverão viajar no início da próxima semana para Washington para discutir com Trump os esforços para pôr fim à guerra na Ucrânia.

Acordo dos minerais

Enquanto isso, o conselheiro para a segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, assegurou hoje que Zelenskiy deve assinar num curtíssimo prazo o acordo sobre a exploração de minerais com os EUA.

No dia anterior, Waltz considerara que Zelensky precisava voltar à mesa de negociações.

Trump busca obter direitos na ordem dos 500 bilhões de dólares sobre as terras raras ucranianas, no entanto Zelensky recusou na última terça-feira, por considerar que excede as contribuições norte-americanas para o esforço de guerra e porque não dá garantias suficientes de segurança ao país diante da ameaça russa.

Mas, segundo uma fonte em Kiev, a Ucrânia já apresentou alterações à oferta que irão beneficiar os dois lados e que as negociações sobre o acordo de minerais está  progredindo.

Já o chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andriy Yermak, avançou que discutiu o alinhamento de posições nas relações bilaterais com Waltz, nesta sexta-feira.