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De acordo com o colunista e correspondente internacional do UOL, Jamil Chade, Sineia falará horas depois de o presidente Jair Bolsonaro apresentar sua “política ambiental” e anunciar “metas claras” para o próximo ano. Segundo a Casa Branca, o painel da liderança destacará os “esforços críticos de atores não-estatais e subnacionais que estão contribuindo para uma recuperação verde e trabalhando de forma estreita com governos nacionais para fazer avançar a ambição climática e resiliência”.
Na manhã desta quarta-feira (21), horas antes da divulgação da agenda da Cúpula do Clima, o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Ribeiro, destacou em sua coluna na Rádio Brasil Atual que as lideranças e as comunidades indígenas deveriam ser ouvidas, em vez de Bolsonaro, no encontro que segue até sexta-feira (23).
Pressão anti-Bolsonaro
A expectativa é que a coordenadora do CIR se some à pressão contra a gestão do governo federal. Como reportou Jamil Chade, numa entrevista à revista eletrônica A Coletiva, em 2020, Sineia afirmou que o “Ministério do meio está totalmente parado. O comitê gestor e a câmara técnica não estão funcionando”, ao responder sobre o andamento das políticas públicas a respeito das mudanças climáticas no Brasil.
Também no ano passado, em um debate com a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), ela enfatizou sua defesa pela manutenção dos direitos territoriais. “Garantia de vida a todos os povos do Brasil”, citou. Uma área hoje travada pelo governo Bolsonaro. “O mundo inteiro fala que a Amazônia é o pulmão do mundo. Mas no pulmão do mundo moram muitos povos indígenas que precisam ter o direito garantido para continuar fazendo com que esse pulmão continue batendo todos os dias”, alertava Sineia.
Com Bolsonaro, o Brasil chega à cúpula com um “cartão de visita” marcado por recordes de desmatamento na Amazônia e outros biomas do país. E cercado por pressões de artistas a governadores e ex-ministros, de Fernando Henrique Cardoso a Dilma Rousseff. Todos signatários de cartas enviadas ao presidente dos EUA nas últimas semanas, onde denunciam a política ambiental do mandatário brasileiro como um fator de enfraquecimento das leis ambientais e ameaças às populações indígenas.
Cúpula é uma incógnita
À jornalista Marilu Cabañas, o geógrafo da USP advertiu ainda que o aumento do desmatamento e das queimadas sob Bolsonaro também tem favorecido a participação brasileira na emissão de gases do efeito estufa. “Numa escala internacional a Amazônia, ao invés de ser uma captura do carbono, está se tornando uma grande emissora de CO2. O que evidentemente agrava os efeitos do aquecimento global. E pode comprometer inclusive o esforço que outros países estão tendo para chegar a uma economia de carbono zero”, apontou.
Por conta dessa pressão há a possibilidade, segundo Ribeiro, que esse conjunto de informações leve o governo Biden a uma reflexão “mais aguda”. O que impediria negociações com Bolsonaro. Mas a esperança não é de toda certa. “Sabemos também que os Estados Unidos são muito pragmáticos em termos de relações internacionais. E muitas vezes todo esse tipo de ação acaba não tendo muito resultado. Então há uma incógnita sobre o que vai ocorrer amanhã ou depois”.
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De acordo com o colunista e correspondente internacional do UOL, Jamil Chade, Sineia falará horas depois de o presidente Jair Bolsonaro apresentar sua “política ambiental” e anunciar “metas claras” para o próximo ano. Segundo a Casa Branca, o painel da liderança destacará os “esforços críticos de atores não-estatais e subnacionais que estão contribuindo para uma recuperação verde e trabalhando de forma estreita com governos nacionais para fazer avançar a ambição climática e resiliência”.
Na manhã desta quarta-feira (21), horas antes da divulgação da agenda da Cúpula do Clima, o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Ribeiro, destacou em sua coluna na Rádio Brasil Atual que as lideranças e as comunidades indígenas deveriam ser ouvidas, em vez de Bolsonaro, no encontro que segue até sexta-feira (23).
Pressão anti-Bolsonaro
A expectativa é que a coordenadora do CIR se some à pressão contra a gestão do governo federal. Como reportou Jamil Chade, numa entrevista à revista eletrônica A Coletiva, em 2020, Sineia afirmou que o “Ministério do meio está totalmente parado. O comitê gestor e a câmara técnica não estão funcionando”, ao responder sobre o andamento das políticas públicas a respeito das mudanças climáticas no Brasil.
Também no ano passado, em um debate com a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), ela enfatizou sua defesa pela manutenção dos direitos territoriais. “Garantia de vida a todos os povos do Brasil”, citou. Uma área hoje travada pelo governo Bolsonaro. “O mundo inteiro fala que a Amazônia é o pulmão do mundo. Mas no pulmão do mundo moram muitos povos indígenas que precisam ter o direito garantido para continuar fazendo com que esse pulmão continue batendo todos os dias”, alertava Sineia.
Com Bolsonaro, o Brasil chega à cúpula com um “cartão de visita” marcado por recordes de desmatamento na Amazônia e outros biomas do país. E cercado por pressões de artistas a governadores e ex-ministros, de Fernando Henrique Cardoso a Dilma Rousseff. Todos signatários de cartas enviadas ao presidente dos EUA nas últimas semanas, onde denunciam a política ambiental do mandatário brasileiro como um fator de enfraquecimento das leis ambientais e ameaças às populações indígenas.
Cúpula é uma incógnita
À jornalista Marilu Cabañas, o geógrafo da USP advertiu ainda que o aumento do desmatamento e das queimadas sob Bolsonaro também tem favorecido a participação brasileira na emissão de gases do efeito estufa. “Numa escala internacional a Amazônia, ao invés de ser uma captura do carbono, está se tornando uma grande emissora de CO2. O que evidentemente agrava os efeitos do aquecimento global. E pode comprometer inclusive o esforço que outros países estão tendo para chegar a uma economia de carbono zero”, apontou.
Por conta dessa pressão há a possibilidade, segundo Ribeiro, que esse conjunto de informações leve o governo Biden a uma reflexão “mais aguda”. O que impediria negociações com Bolsonaro. Mas a esperança não é de toda certa. “Sabemos também que os Estados Unidos são muito pragmáticos em termos de relações internacionais. E muitas vezes todo esse tipo de ação acaba não tendo muito resultado. Então há uma incógnita sobre o que vai ocorrer amanhã ou depois”.