Nesta quinta-feira (22), o Movimento pacifista Vesná (Primavera, em russo) convocou para o próximo sábado um novo protesto nacional contra a mobilização parcial decretada ontem pelo presidente russo, Vladimir Putin. "A mobilização já está ocorrendo ativamente em todo o país. Em breve, milhares dos nossos homens serão enviados para o front de batalha. Podemos e devemos manifestar-nos contra isso!", disse o movimento na rede social Telegram.
 
A mobilização parcial ordenada por Putin, a primeira do país desde a Segunda Guerra Mundial, causou uma onda de protestos nas principais cidades da Rússia, que resultaram em mais de 1320 detidos. Foram os maiores atos desde o início da invasão russa à Ucrânia. “O objetivo final não é protestar por protestar, mas sim a vitória contra o regime de Putin. Ontem, vimos que havia menos policiais do que o de hábito, e que estavam menos organizados”, revelou o Movimento. 
 
Além disso, o Vesná ainda apelou para que mais pessoas saiam às ruas no sábado e para evitar a repressão o grupo somente irá anunciar na última hora o local de realização dos protestos. O movimento orientou também que os manifestantes não reajam à violência das forças de segurança. 
 
De acordo com o divulgado pela ONG OVD-Info, alguns dos detidos pela manifestação de ontem já receberam notificações para que se dirijam imediatamente aos escritórios de recrutamento militar na Rússia. 
 
Enquanto isso, a imprensa local noticiou que inúmeros russos estão tentando sair do país para evitar o alistamento e foram publicadas imagens de longas filas em postos fronteiriços e aeroportos na mídia mundial, o que levou a alguns países da Europa a informarem que não pretendem dar asilo para russos. Já o objetivo do Kremlin é intimar 300 mil cidadãos com experiência militar para combater na guerra contra a Ucrânia.