A agência oficial russa Interfax informou que Moscou irá deportar os habitantes das quatro regiões ucranianas anexadas em setembro de 2022, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, se não adotarem a nacionalidade russa. O decreto foi promulgado hoje pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no qual estabelece que estes residentes devem manifestar expressamente a vontade de receberem o passaporte russo ou, caso contrário, manter a cidadania atual ou o estatuto de apátrida.

A medida determina que aqueles que se negarem a jurar lealdade à Rússia, só poderão permanecer nestes quatro territórios do leste e sul da Ucrânia até 01 de julho de 2024. A partir de então, serão considerados cidadãos estrangeiros e poderão ser expulsos das regiões que o Kremlin considera território da Rússia.

Em contrapartida, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirma que não haverá paz com Moscou até serem restabelecidas as fronteiras reconhecidas pela comunidade internacional quando a Ucrânia conquistou a independência da URSS, em 1991. Kiev também acusa o governo russo de sequestrar crianças nos territórios ocupados, o que o Tribunal Penal Internacional (TPI) declara como crime de guerra, além de obrigá-los a aceitar a cidadania russa. O TPI já emitiu recentemente uma ordem de detenção contra Putin, apesar de a Rússia não reconhecer a jurisdição deste tribunal com sede em Haia.