GUERRA

Nesta terça-feira (6), em um novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 27.585 palestinos já morreram e há quase 67 mil feridos devido aos ataques israelitas no enclave, além de haver mais de oito mil desaparecidos. 

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que cerca de 70% das vitimas fatais são de mulheres e crianças, além disso, 17 mil crianças estão desacompanhadas de um responsável. A OMS destacou sua tarefa "extremamente desafiadora" de reabastecer os hospitais e centros médicos em todo o enclave e afirmou que das 15 missões planejadas para o norte em janeiro, apenas três foram realizadas, quatro foram impedidas por rotas intransitáveis, uma foi adiada e oito foram negadas. 

Já a ONG do Crescente Vermelho, braço internacional da Cruz Vermelha, na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, relatou que cerca de oito mil pessoas precisaram ser retiradas do Hospital Al Amal e da sede da organização humanitária por causa dos bombardeios israelitas, dois locais sitiados durante mais de duas semanas. O Crescente Vermelho ainda denunciou que as forças de segurança israelitas detiveram dois dos principais responsáveis do hospital, o diretor-geral, Haider al-Qaddura, e o diretor administrativo, Maher Atala. “Ambos estão agora desaparecidos”, diz a ONG.  

O Ministério da Saúde do Hamas também afirmou hoje que um ataque israelita matou seis polícias que, segundo testemunhas disseram à agência de noticias AFP, asseguravam a passagem de um caminhão de ajuda humanitária com farinha para o bairro de Khirbet al-Adas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egito. “Seis polícias palestinos foram mortos após a ocupação israelita ter atingido o seu veículo”, informou o Ministério em comunicado.  

Estes polícias palestinos haviam sido mobilizados para acompanhar os caminhões de ajuda através da Faixa de Gaza, pelo fato de se registrarem com frequência concentração de civis em torno dos veículos. O Exército israelita ainda não comentou o incidente 

Já o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, reiterou que o Exército vai avançar mais até a cidade de Rafah, a zona mais ao sul de Gaza, onde se refugiaram mais de 1,1 milhões de palestinos. “Vamos chegar aos locais onde ainda não combatemos, quer no centro da Faixa de Gaza quer no sul e, em particular, no último bastião do Hamas, que se situa em Rafah”, afirmou Gallant. 

Por sua vez, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disse hoje ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a “necessidade urgente” de melhorar a entrega de ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza.  “A atual situação de abastecimento e segurança da população civil palestina é muito preocupante”, indicou Scholz, que destacou ainda que apenas uma solução negociada de dois Estados pode perspectivar uma solução sustentável para o conflito. Para Scholz, a solução de dois Estados deve se aplicar a Gaza e à Cisjordânia e “uma Autoridade Palestina reformada” terá um papel chave. 

O porta-voz do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke, ressaltou a fuga de milhares de residentes de Gaza diante dos combates em Khan Younis, buscando abrigo na já superlotada Rafah. “É uma panela de pressão do desespero e temores sobre o que pode acontecer”, avaliou Laerke, que apontou que, mesmo após a decisão da Corte Internacional de Justiça, não houve melhora na situação.