O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta sexta-feira o "estado de alarme", após os dois primeiros casos do novo coronavírus no país.

"Estamos iniciando uma quarentena coletiva, uma quarentena social", disse Maduro em rede nacional de rádio e TV após firmar o decreto de alarme, uma forma de estado de exceção que lhe concede poderes especiais. Maduro prometeu "medidas drásticas" contra a epidemia. Mais cedo, a Venezuela anunciou os dois primeiros casos confirmados do novo coronavírus no país.

"Nas primeiras horas de hoje dois casos de coronavírus foram registrados na Venezuela", disse a vice-presidente Delcy Rodríguez, a quem Maduro ordenou que coordenasse as ações contra a pandemia. Os pacientes são uma mulher venezuelana de 41 anos, que havia visitado os Estados Unidos, Itália e Espanha, e outro nacional de 52 anos, que esteve na Espanha, ambos domiciliados no estado de Miranda (norte), que cobre a parte leste de Caracas.

"Esses dois casos já estão absolutamente isolados, contatos diretos são determinados e toda a rede de contatos indiretos está sendo verificada", disse Rodríguez. Paralelamente, o governo suspendeu as aulas "em todos os níveis" no país a partir da próxima segunda-feira. 

O Ministro do Interior e da Justiça, General Nestor Reverol, entretanto, indicou que a máscara será obrigatória em "todos os pontos de controle de fronteira de pedestres" com a vizinha Colômbia e Brasil, ambos com casos relatados.

A vice-presidente reiterou que "todos os tipos de reuniões públicas" estão proibidas. A nova pandemia de coronavírus afeta mais de uma centena de países, já causou mais de 5.000 mortes em todo o mundo e o número de infectados continua a crescer.