Em meio à contestação do resultado das eleições, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o adiantamento do Natal no país para 1º de outubro.

“É setembro e já cheira a Natal. Por isso, este ano, em homenagem ao povo combativo, em agradecimento a vocês, vou decretar o Natal para 1º de outubro. O Natal chegou com paz, felicidade e segurança”, disse no programa de televisão que apresenta semanalmente.
 
Não é a primeira vez que Maduro antecipa a data. Em 2020, ele decretou Natal em 15 de outubro como uma manobra para desviar a atenção do público dos graves problemas que o país atravessava durante a pandemia. No ano seguinte, a festa natalina foi adiantada para 4 de outubro.

Maduro, no poder desde 2013, foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral com 52% dos votos nas eleições de 28 de julho. O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), posteriormente, validou o resultado. Ambas as instituições são acusadas de servir ao chavismo.
 
Mandado de prisão contra opositor 
 
O adiantamento do Natal deste ano aconteceu horas após um tribunal venezuelano emitiu uma ordem de prisão contra o opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica sua vitória nas eleições presidenciais.
 
"O tribunal de primeira instância em funções de controle a nível nacional concorda com a ordem de apreensão contra Edmundo González Urrutia por graves crimes", escreveu o MP em sua conta no Instagram, minutos depois de anunciar que solicitava a prisão.

O MP solicitou a um tribunal com jurisdição sobre terrorismo o mandado de prisão contra González Urrutia por supostos crimes relacionados às eleições, que incluem "desobediência das leis", "conspiração", "usurpação de funções" e "sabotagem".

González Urrutia, 75 anos, foi convocado a depor no MP em três ocasiões. Não compareceu a nenhuma delas, embora a terceira tenha coincidido com um apagão em todo o país na última sexta-feira, 30 de agosto.

O diplomata - em clandestinidade desde 30 de julho - argumentou que o MP estava atuando como um "acusador político", que o submeteria a um processo "sem garantias de independência e do devido processo".