Itália e França estão trocando críticas sobre crise migratória

O presidente da França, Emmanuel Macron, se pronunciou hoje (13) sobre a crise diplomática criada com a Itália devido às suas críticas a Roma por proibir o desembarque de um navio com mais de 600 imigrantes.

Macron tentou amenizar, dizendo que está disponível para "trabalhar" com a Itália, mas não pediu "desculpas", como Roma queria, e ainda acusou o novo governo italiano de "provocação".

Macron reafirmou que tem interesse em "trabalhar com a Itália" na gestão da crise imigratória e fez um apelo para que ninguém "ceda à emoção de alguns manipuladores".

Em uma visita a Mouchams, em Vandea, nesta tarde, Macron criticou o que chamou de "política do 'muito pior', que faz todos caírem nas garradas da emoção".

"Quem procura a provocação? Quem diz: 'eu sou mais forte que os democratas e mando embora um navio que vejo chegar na minha costa. Se eu dou razão para uma declaração assim, ajudo a democracia? Não nos esqueçamos que estão falando de nós", disse Macron.

O francês também não pediu "desculpas" por suas críticas à Itália, como o novo governo italiano havia exigido. "Há um ano, trabalhamos de modo exemplar. Reduzimos o número de desembarques graças a um trabalho a Líbia. Um trabalho ativo, constante, construtivo, um trabalho sem trégua da França", defendeu-se.

No fim de semana, um navio com mais de 600 imigrantes resgatados no Mar Mediterrâneo tentou atracar na Itália, mas não obteve autorização do novo governo, formado pelo partido nacionalista Liga Norte e pelo antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

O governo francês, então, criticou a Itália pelo "cinismo" e "irresponsabilidade" em deixar o navio à deriva. Com informações da ANSA.