O presidente da França, Emmanuel Macron, sugeriu nesta terça-feira (27) que "faltou tato" a Jair Bolsonaro na réplica às considerações de Paris sobre os incêndios na Amazônia. 
 
 
 
Em discurso a embaixadores em que não citou nominalmente seu homólogo brasileiro, Macron chamou de "erro profundo" a adoção de uma postura hostil em resposta a emergências que ultrapassam limites nacionais.
 
"A Amazônia é estratégica para o mundo inteiro, tanto em termos de aquecimento global quanto de biodiversidade", disse. "Nesse sentido, notei as inquietudes, a falta de tato de alguns dirigentes, ao considerarem que soberania, no fundo, era agressividade."
 
Segundo Macron, "somos um país soberano quando aceitamos com alegria e gentileza a solidariedade internacional, porque é um sinal de amizade".
 
Também na terça, Bolsonaro afirmou que o Brasil recusaria a ajuda de US$ 20 milhões (R$ 83 milhões) oferecida na véspera pelo G7 (grupo de nações ricas) se o líder europeu retirasse os supostos insultos a ele.
 
No encontro com diplomatas, Macron insistiu no argumento de que a mancha amazônica se estende por nove países, inclusive a França -que tem um departamento em solo sul-americano (Guiana Francesa).
 
"Vários outros [países que não o Brasil] solicitaram nossa ajuda. É importante mobilizá-la logo para que a Colômbia, a Bolívia e todas as regiões brasileiras que desejem usufruir desse auxílio possam recebê-lo e reflorestar a área rapidamente", completou o francês.