"Caso Aquarius" abriu crise entre as duas potências da UE
O presidente da França, Emmanuel Macron, acusou o governo da Itália de "cinismo e irresponsabilidade" ao fechar seus portos para o navio Aquarius, que navega no Mediterrâneo com 629 migrantes socorridos de botes infláveis.
Segundo o porta-voz do mandatário, Roma tomou a iniciativa de coordenar o resgate no lugar da Guarda Costeira da Líbia, "mas não foi até o fim em sua iniciativa". "Aqui temos uma demonstração de uma forma de cinismo e de uma parte de irresponsabilidade do governo italiano frente a uma situação humanitária dramática", disse.
Já o porta-voz do partido A República em Marcha, fundado por Macron, acrescentou que a posição da Itália no caso "faz vomitar". Além disso, o primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, acusou Roma de "não respeitar suas obrigações internacionais".
A resposta a Paris chegou do principal nome do governo italiano, o ministro do Interior Matteo Salvini. "A Espanha quer nos denunciar, a França diz que somos 'vomitáveis'. Eu quero trabalhar serenamente com todos, mas com um princípio: italianos em primeiro lugar", disse.
A Itália acusa a França de fechar seus portos para pessoas resgatadas no Mediterrâneo e de barrar a entrada de imigrantes econômicos. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a França abriga 376,7 mil pessoas com proteção internacional ou solicitantes de refúgio, o que equivale a 0,56% de sua população.
Na Itália, o número de indivíduos nessas condições é de 292.165, ou 0,48% de seu total de habitantes. (ANSA)