Na manhã de hoje (14), o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou um pacote com medidas econômicas para amenizar os impactos da inflação e levar alívio a 17 milhões de trabalhadores argentinos.

Entre as medidas está o pagamento de bônus salariais para todos os tipos de trabalhadores (servidores públicos, de empresas privadas e informais). Além disso, Macri prometeu congelar o preço da gasolina por 90 dias, aumentar o salário mínimo e permitir que pequenas e médias empresas possam renegociar suas dívidas tributárias em 10 anos. Anunciou ainda redução no imposto de renda dos aposentados e aumento de 40% no valor das bolsas dos estudantes.

No pronunciamento, feito na Quinta dos Olivos, residência oficial argentina, Macri começou pedindo desculpas pelo tom que usou na coletiva de imprensa, após o resultado das eleições primárias do domingo.

"Quero me desculpar pelo que disse na conferência de segunda-feira. Fiquei muito afetado pelo que aconteceu no domingo, e triste. Sobre o resultado da votação, quero que vocês saibam que eu os entendi. Eu respeito os argentinos que decidiram votar em outra opção."

As eleições do último domingo, que são conhecidas como "Paso" por serem primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias, servem como uma grande sondagem nacional. O resultado foi negativo para Macri, que obteve 32% dos votos, enquanto a chapa Alberto Fernández e Cristina Kirchner alcançou 47%.

Esse resultado pode dar a vitória em primeiro turno para os opositores, uma vez que precisam de apenas 45% dos votos ou 40% e dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.

"Muitos argentinos, depois de um ano e meio muito duro, disseram 'não posso fazer mais'. Eles sentiram que o que eu pedia era muito difícil. E hoje eles estão cansados, bravos. Chegar ao fim do mês, (se tornou) uma coisa impossível para muitos. Eu entendo sua raiva, seu cansaço, apenas digo a você para não duvidar do trabalho que fizemos juntos, porque é muito, e há muito em jogo", disse o presidente.

Quanto à definição do aumento do salário mínimo, Macri afirmou que se reunirá, ainda hoje, com o Conselho de Salários.